A ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, afirmou que este pode ser um setor «para o futuro da economia»
Por: tvi24 / EC | 2014-04-21 17:51
A ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, disse esta segunda-feira, em Pombal, que «a agricultura nacional ganha muito se se puder associar à agroindústria», considerando que tem as condições para ser um setor «sustentado para o futuro da economia».
«Na minha perspetiva, a agricultura nacional ganha muito se se puder associar à agroindústria. A agroindústria é um motor muito relevante para nós aumentarmos a nossa produção e criarmos valor acrescentado», afirmou aos jornalistas Assunção Cristas, que hoje inaugurou a nova unidade de produção de sumo concentrado de uva da empresa Indumape.
A governante salientou ser «importante» a existência de «alianças estáveis, construtivas e mutuamente beneficiadoras, quer para a produção primária, quer para a indústria».
«Para isso precisamos que uns e outros tenham uma atitude construtiva, colaborativa e, também, de repartição na justa medida daquilo que são os ganhos e o valor com que cada um contribui», declarou.
Segundo Assunção Cristas, «as relações comerciais são, por vezes, menos fáceis», acreditando, contudo, ser possível «ter relações comerciais estáveis entre produção primária e indústria».
Questionada sobre se trata de um setor sustentável para o futuro da economia ou se o sucesso da agroindústria é um fenómeno temporário, Assunção Cristas respondeu: «Eu penso que tem todas as condições para ser um trabalho duradouro e prolongado no tempo, seja em virtude das necessidades do mercado interno, seja em virtude das necessidades do mercado internacional».
«Eu volto a dizer que quando falamos de alimentação estamos a falar de um dos dois ou três grandes assuntos que ocupam a Humanidade e que vão continuar a ocupar nos próximos anos», observou, referindo: «Temos neste momento sete mil milhões de habitantes no mundo, vamos ter nove mil milhões em 2050, quer dizer que precisamos de produzir mais de forma sustentável».
Para Assunção Cristas, trata-se de um «setor com possibilidades de médio e longo prazos».
A Indumape, que se anuncia como o maior transformador de fruta portuguesa, com recolha a nível nacional, iniciou a atividade produtiva em 2007.
Com uma média de 20 trabalhadores ¿ que pode chegar até 30 no pico da campanha -, a unidade atingiu em 2013 um volume de negócios de cerca de 5,7 milhões de euros, destinando ao mercado externo mais de 70% da produção.
A nova unidade de produção de sumo concentrado de uva, que completa a atual gama de produções de sumos concentrados de maçã e de pera, custou 1,3 milhões de euros e criou «três novos postos de trabalho», mas «o investimento também permite utilizar melhor o pessoal existente nas épocas de menor produção dos nossos produtos atuais».
Na inauguração, o presidente do conselho de administração da Indumape, Carlos Botelho, realçou a «forte inclinação» da empresa para a exportação, mas também a «parceria» com a fruticultura nacional.
A este propósito referiu que a empresa é o «mais importante operador/comprador da designada "fruta da indústria", aquela que pelo seu calibre ou grau de maturação não deve ser comercializada no mercado de consumo».
«Assim, ajudamos o setor primário em duas vertentes fundamentais, por um lado recolhendo os excedentes não vendáveis e, por outo, pagando estas produções ao melhor preço», referiu Carlos Botelho.
1 comentário:
Eu gostava que senhora ministra visse o que foi o Cachão, o Complexo Agro-industrial do Nordeste Transmontano. Escrevi várias vezes sobre essa excelente obra. Pensar nos agricultores como simples fornecedores de matéria prima para qualquer outra entidade é ter a certeza de que continuarem a ser explorados, recebendo pouco por produtos que depois são vendidos caros ao consumidor. As indústrias agrícolas são o complemento da produção. E é tarefa do Ministério da Agricultura ensinar aos agricultores o que devem fazer, para seu próprio benefício, associando-se e, sempre que isso seja necessário, processarem e venderem directamente os seus produtos. O modelo que considero ter sido o melhor foi o Cachão, degradado logo a seguir ao 25 de Abril.
Miguel Mota
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