quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Inovação agrícola é o caminho para reduzir fome e pobreza

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Hugo Mamede
18 de Janeiro - 2011
O instituto norte-americano Worldwatch divulgou recentemente o seu
relatório "Estado do Mundo 2011: inovações que nutrem o planeta", onde
apresenta as vantagens de uma agricultura "inovadora" para a redução
da fome e pobreza no mundo.


"Este relatório irá fornecer informações aos governos ou Organizações
não governamentais que tentam refrear o avanço da fome e da pobreza,
fornecendo um guia claro para expansão ou replicação dos casos de
sucesso em qualquer lugar", refere o Presidente do Worldwatch,
Christopher Flavin.
"Precisamos que as pessoas que influenciam o desenvolvimento agrícola
mundial se comprometam com o apoio a longo prazo aos agricultores, que
constituem 80% da população da África", considerou ainda.
Danielle Nierenberg, co-directora do projecto "Nutrindo o Planeta", da
Worldwatch, aponta o caminho a percorrer: "As soluções não virão
necessariamente da maior produção de alimentos, mas da mudança do que
as crianças comem nas escolas, da forma como os alimentos são
processados e comercializados e no tipo de comércio de alimentos em
que se está a investir".
O relatório aponta ainda casos estudados e divulgados, para que possam
inspirar o que pretende ser uma crescente comunidade envolvida em
actividades agrícolas: "Na Kibera, Nairobi, a maior favela do Quénia,
mais de 1000 agricultoras estão a cultivar hortas 'verticais' em sacos
de terra perfurados, para alimentar as suas famílias e comunidades".
Também "o programa Desenvolver Inovação para o Cultivo em Escolas
(Developing Innovations in School Cultivation - DISC) está a integrar
hortas de vegetais nativos e informações sobre nutrição e preparação
de alimentos, no programa das escolas, de modo a ensinar as crianças a
cultivar variedades locais que irão auxiliar no combate à falta de
alimentos e revitalizar as tradições culinárias do país".
Segundo o relatório, o "desinvestimento" na agricultura e em projectos
agrícolas em África é constante. Em 2010 investiu-se menos 4 mil
milhões de dólares do que no ano anterior. Uma situação que promove a
pobreza e "fome crónica", sentida com maior ênfase nos países ditos
"em desenvolvimento".

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