Matérias-primas
Margarida Vaqueiro Lopes
17/01/11 17:51
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A procura por lã continua a aumentar enquanto na Austrália a produção
está em queda. Peritos dizem que os preços devem continuar a subir.
O preço da lã subiu 12% para 10,17 dólares por quilo, na primeira
venda semanal de Janeiro, depois das cheias na Austrália terem
afectado grande parte da tosquia deste ano. No mesmo sentido, a quebra
na produção do algodão tornou a lã uma fibra bastante mais atractiva,
notam os peritos consultados pela Bloomberg.
Andre Strydom, da Cape Wools, notou que a lã é, por norma, cinco vezes
mais cara do que o algodão, mas as estimativas apontam para que haja
uma quebra de cerca de 25% nas exportações do algodão para o
Paquistão, por exemplo, o que deverá impulsionar os preços da lã nos
próximo tempos.
"Esperamos que este aumento da procura se mantenha nos próximos seis
meses", acrescentou o mesmo perito.
No mesmo sentido, o Comité Australiano de Previsão da Produção de Lã
reviu em alta as estimativas para a procura desta fibra de 335 para
340 milhões de quilos, durante esta estação.
Estanho em alta com quebra das reservas
A subir está também o preço do estanho, que deverá chegar aos 40.000
dólares a tonelada métrica até 2013, afirmam os especialistas.
No ano passado, o preço do estanho valorizou 59% para tocar nos 27.500
dólares a tonelada métrica, tendo sido o sexto metal mais negociado em
Londres, nota a Bloomberg. A impulsionar o preço da matéria-prima
estiveram as quebras nas reservas na Indonésia, na China e em África,
ao mesmo tempo que a procura não parou de aumentar.
O Barclays Capital também já previu, para este ano, uma quebra de 17
mil toneladas na produção de estanho. E, no mesmo sentido, a PT Timah,
a maior exportadora de estanho da Indonésia, disse na semana passada
que a produção de estanho em 2011 poderá cair pelo quarto ano
consecutivo devido ao mau tempo, que tem interrompido por diversas
vezes as operações de extracção do metal.
Os ganhos do estanho, em 2010, superaram a evolução de vários metais
como o níquel (34%), o cobre (30%) ou o alumínio (11%).
Borracha bate recordes
A subir está também o preço da borracha, que valoriza pelo quarto dia
consecutivo, a acompanhar um aumento da procura liderado pela China. O
interesse chinês está, de resto, a contribuir para a especulação em
torno de uma possível ruptura nas reservas deste material.
A borracha já valorizou 11% este mês e negoceia nos 5.551 dólares a
tonelada métrica, máximos históricos, depois de ter disparado 50% em
2010.
"Está a haver quebra de 'stocks' tanto na Indonésia como na Tailândia,
devido ao mau tempo", justificou Ker Chung Yang, da Phillip Futures. A
contribuir para a alta do preço da borracha está também a perspectiva
de que a procura por esta matéria-prima não diminua.
"A procura vai continuar a aumentar, mesmo que os preços vão batendo
recordes", disse um outro especialista à Bloomberg.
http://economico.sapo.pt/noticias/preco-da-la-sobe-12_108904.html
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