sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Indústria reclama actualização de preços do leite

HIPERMERCADOS
por LusaHoje
A Associação Nacional dos Industriais do Leite lamentou hoje,
quarta-feira, que os hipermercados continuem a comprar o leite ao
mesmo preço, apesar dos custos de produção terem aumentado, dizendo
que não é possível pagar mais aos produtores.
"A estrutura de custos agravou-se 10 por cento, mas não conseguimos
repercutir este aumento dos custos no preço de venda aos
distribuidores", disse à Lusa o presidente da ANIL, sublinhando que o
preço pago pelo leite à saída da fábrica é igual há um ano.
"A
distribuição precisa de perceber que não pode continuar a comprar um
bem que teve custos acrescidos sem pagar mais por isso", salientou
Pedro Pimentel. Os produtores de leite exigiram a intervenção do
governo no sector leiteiro, pedindo um aumento de cinco cêntimos por
litro face à subida dos custos de produção, mas o responsável da ANIL
afirmou que só é possível oferecer um preço melhor aos produtores, se
a distribuição remunerar melhor os fornecedores.
"Nos produtos que representam a maioria das vendas, como o leite,
estamos com margens inexistentes", justificou Pedro Pimental,
admitindo, no entanto, que as reivindicações dos produtores são
"perfeitamente legítimas". O presidente da ANIL adiantou que a
indústria aumentou o preço pago aos produtores em três cêntimos nos
últimos meses porque "reconheceu que era preciso", mas garante que não
é possível ir mais longe, lembrando que também tem despesas acrescidas
com a aquisição da matéria-prima, transportes, energia e embalagens.O
leite, que é actualmente pago a cerca de 30 cêntimos por litro ao
produtor, chega aos consumidores cerca de 20 cêntimos mais caro.
Nos sites de dois grandes hipermercados consultados hoje pela Agência
Lusa, o litro de leite UHT custava entre 49 a 52 cêntimos no caso das
marcas brancas e entre 56 a 59 cêntimos no caso das marcas comerciais.
Uma diferença que, segundo Pedro Pimentel, incorpora os custos do
processamento industrial, a componente fiscal e a margem da
distribuição "que não é alta", reconheceu. O presidente da ANIL, que
representa mais de 80 empresas de lacticínios, admite que "há uma
relação muito complicada" entre a distribuição e os seus fornecedores,
mas acrescentou que "não é exclusiva do sector do leite". "Hoje, a
distribuição está muito concentrada num pequeno número de empresas e
duas delas representam mais de 50 por cento do mercado", observou.
Por outro lado, o presidente da LEICAR, uma organização que representa
1250 produtores de Entre Douro e Minho que produzem cerca de 45 por
cento do leite nacional, culpa também a indústria.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1787481

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