14 mar, 2018 - 09:41
"Ter um animal de companhia implica uma responsabilidade", afirma o ministro da Agricultura, na Manhã da Renascença.
Foto: Lusa
O Governo quer que os portugueses tenham um papel mais ativo na proteção dos animais de estimação e lança, nesta quarta-feira, uma campanha de sensibilização dirigida aos donos de animais de companhia.
A campanha "tem um duplo objetivo: sensibilizar os cidadãos para a adoção de animais e, ao mesmo tempo, sensibilizar os detentores de animais para uma atitude responsável que não conduza ao abandono", anuncia o ministro da Agricultura na Manhã da Renascença.
"É um drama que tem vindo a agravar-se nos últimos anos – felizmente, com uma ligeira redução no ano passado – mas em 2016 registou-se o abandono de 34.146 animais de companhia em 2016", acrescenta.
Capoulas Santos reconhece que "a sociedade portuguesa tem vindo a adotar uma atitude cada vez mais consciente e responsável no que diz respeito aos maus tratos dos animais", mas, face à lei aprovada em agosto do ano passado, que "proíbe a eutanização de animais recolhidos pelas câmaras municipais", há que fazer mais para reduzir o número de animais abandonados.
"Se não fizermos algo, tornar-se-á insustentável o alojamento crescente" destes animais", sustenta.
"É necessário que a sociedade tome cada vez mais consciência de que deter um animal de companhia implica uma responsabilidade: a responsabilidade de cuidar dele durante toda a sua vida e cuidar dele em termos que o respeitem – em termos de alimentação, de recreio, de cuidados de saúde…", reforça.
O ministro não prevê, para já, a criminalização dos maus-tratos a animais, mas refere que "a legislação certamente tenderá a ser, no futuro, cada vez mais severa se os comportamentos não foram alterados".
"Daí que a nossa preocupação incida na alteração desses comportamentos negativos e é por isso que esta campanha vai ser lançada", sublinha.
Dois milhões para a esterilização
Face à lei que proíbe que os animais abandonados sejam abatidos como medida de controlo das suas populações, "o Governo decidiu, através dos ministérios da Agricultura e da Administração Interna, disponibilizar no Orçamento do Estado deste ano cerca de dois milhões de euros para criarmos centros de esterilização".
O dinheiro visa "apoiar financeiramente as câmaras municipais" para criarem tais centros, "com boas condições de higiene e equipamento"; bem como "a modernização e construção, no caso onde ainda não existam, dos chamados centros de recolha oficial de animais", anuncia Capoulas Santos.
O objetivo é que os animais "possam ser condignamente acolhidos".
Uma adoção responsável
A campanha hoje lançada apela também à adoção de animais abandonados, mas essa adoção tem de ser "consciente" das responsabilidades que acarreta.
"Muitas vezes adquire-se ou adota-se um animal enquanto ele é pequenino e engraçadinho e, logo que cresce ou o proprietário acha que se tornam demasiadas complexas as tarefas do dia-a-dia para sua manutenção, [o animal] acaba no abandono", critica o ministro da Agricultura.
"É isso que queremos reduzir e, desejavelmente, eliminar", resume Capoulas Santos, na Renascença.
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