quarta-feira, 14 de março de 2018

Produtores de castanha de Bragança querem os mesmos apoios do Algarve


O Agrupamento de Produtores de Castanha Transbaceiro reivindicou hoje, para as quebras na produção causadas pela seca, apoios do Estado idênticos aos recentemente anunciados para os prejuízos na agricultura do Algarve.

O agrupamento de uma das zonas de maior produção de castanha já tinha pedido, em outubro, a intervenção do Governo para o que classificou da "calamidade" que se abateu, na última campanha, sobre a produção de castanha, em Trás-os-Montes, devido à seca extrema.

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, respondeu que o Governo não compensa perdas de produção como também não pede aos agricultores quando têm excedentes. Os produtores de castanha sentem-se discriminados e voltam a reivindicar apoio depois do anúncio de subsídios do Estado aos agricultores afetados, nos últimos dias, pelo mau tempo no Algarve.

"Porque razão vai ao Algarve- e muito bem- anunciar apoios e dizer que o que aconteceu é um fenómeno da natureza, é imprevisível e, então, e a seca?" questionou Carlos Fernandes, presidente do Agrupamento de Produtores de Castanha Transbaceiro.

O dirigente afirmou que aos produtores de castanha também servem os valores anunciados pelo Governo para o Algarve e que consistem num apoio a fundo perdido de 100% para prejuízos até cinco mil euros, 85% entre cinco mil e 50 mil euros, e 50% entre 50 mil e 400 mil euros.

Segundo Carlos Fernandes, a maioria dos produtores de castanha estariam no primeiro escalão dos apoios.

"Se calhar, não há dez produtores que façam 100 mil euros de castanha", afirmou.

O dirigente não entende que "furacões e inundações" sejam considerados "fenómenos climáticos" e não a seca, quando "o Governo andou a dizer todo o ano que o país estava em seca extrema e severa".

Além deste agrupamento de produtores, também os municípios de Bragança e Vinhais, os maiores produtores portugueses de castanha, reclamaram do Governo apoios à produção por quebras que estimaram na ordem dos 50%, devido à seca que não deixou o fruto desenvolver-se.

Numa visita à região, em janeiro, o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, comparou o setor a outras atividades como uma sapataria ou um restaurante, para justificar que o Governo não compensa perdas de produção como também não pede aos agricultores quando têm excedentes.

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