quinta-feira, 7 de abril de 2011

Horticultores vão receber "uma mão cheia de nada"

A autarquia recebeu a resposta do Governo aos pedidos de apoio
financeiro dos horticultores do concelho, devido aos prejuízos com a
tempestade do ano passado. Apesar das promessas do Ministro, o Estado
não prestará qualquer auxílio aos produtores, remetendo-os para uma
solução comunitária inaplicável à realidade local
Vera Rodrigues
16:50 Quarta feira, 6 de abril de 2011
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Más noticias para os horticultores do concelho cuja as explorações
foram devastadas pela intempérie do ano passado. O Ministério da
Agricultura não irá proceder a qualquer indemnização para cobrir os
estragos.A resposta negativa foi divulgada na última segunda-feira, no
final da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, na sequência de uma
carta do Director Regional de Agricultura e Pesca do Norte, António
Ramalho, que, em traços gerais, comunicou que os pedidos de
indemnização dos produtores poveiros teriam de ser endereçados para o
apoio europeu PRODER.

No entanto, na mesma comunicação do responsável do Governo, foi
sublinhando que este tipo de apoio se aplica apenas se aplica a
grandes explorações agrícolas, algo que não se verifica no
concelho.Deste modo, os cerca de 291 mil euros de prejuízos relatados
pelos horticultores locais não serão cobertos por qualquer apoio
estatal ou comunitário.Macedo Vieira, presidente da autarquia poveira,
não teve pejo em afirmar que os "horticultores foram enganados pelo
Governo"."Mais valia que o discurso do Ministro da Agricultura, quando
visitou os estragos, fosse verdadeiro e não andasse a enganar as
pessoas.
Prometeram apoios, mas agora deixaram estas pessoas com uma mão cheia
de nada", analisou o edil.Macedo Vieira, que, pessoalmente, até
considera "que deve ser a sociedade civil a encontrar mecanismos para
resolver situações como esta dos estragos das tempestades", mostrou-se
desgastado por "não se ter dito, na altura, a verdade", e sugeriu: "Os
agricultores devem manifestar-se, porque foram enganados".Na mesma
linha de pensamento do presidente da Câmara, também Jorge Serrano,
vereador do CDS-PP, reprovou a atitude dos governantes."Deixou-se as
pessoas penduradas.
Entristece-me esta situação porque continuo a entender que há um
sentido estratégico nesta actividade agrícola do nosso concelho, que
tem um grande impacto social e que acrescenta valor", afirmou o
Popular.Ainda na sua declaração no final da reunião de Câmara, Jorge
Serrano, aludindo aos cortes estatais nas comparticipações ao
transporte de doentes paramiloidóticos do concelho às consulta de
ambulatório no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, que precipitou que
tivesse de ser a autarquia, num protocolo com os bombeiros, a
assegurar os custos dessas viagens, considerou que o "Estado não é
pessoa de bem"."Foi preciso a Câmara Municipal substituir-se, e muito
bem, na função do Estado e pagar as viagens nossos doentes.
Quando se estabelece cortes desta natureza, o Estado não é, de
certeza, uma pessoa de bem", afirmou o vereador do CDS-PP.Também neste
ponto, Isabel Graça, a única representante do PS nesta reunião de
Câmara, aplaudiu a iniciativa da autarquia em avançar com este
protocolo para o transporte de doentes com paramiloidose.
A vereadora do PS também destacou nesta reunião camarária o apoio da
autarquia ao jardim-escola Miminho 2, valência da Cruz Vermelha cujas
obras arrancaram recentemente, e que beneficiará de isenção de taxas
municipais de construção.Ainda nesta sessão, foi ratificado um apoio
de 28 mil euros à Federação Portuguesa de Voleibol, para cobrir os
gastos de permanência na cidade dos atletas que irão disputar no
Pavilhão Municipal, no final de Maio e início de Junho, os jogos da
Liga Mundial de Voleibol, frente às congéneres da Argentina e
Finlândia.Entretanto, ficou agendado para a próxima segunda feira, uma
reunião de Câmara extraordinária para a aprovação do relatório e
contas da autarquia, relativo ao ano passado.
http://aeiou.expresso.pt/horticultores-vao-receber-uma-mao-cheia-de-nada=f642211

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