sábado, 24 de agosto de 2013

'Falta de política florestal' é grande responsável de fogos

23 de Agosto, 2013
O presidente da Escola Nacional de Bombeiros afirmou hoje que a
"ausência de uma política florestal" é a grande responsável pelos
fogos que lavram em Portugal, garantindo que todos os bombeiros
recebem formação para combaterem incêndios florestais.

"A grande responsabilidade de toda esta situação é a ausência de uma
política florestal e o abandono da floresta portuguesa", afirmou hoje
José Ferreira, em declarações à agência Lusa.

Só na quinta-feira, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC)
registou 235 incêndios, que foram combatidos por 4.047 operacionais,
com o auxílio de 1.085 veículos.

O presidente da Escola Nacional de Bombeiros recordou que, "aqui há
uns anos, nos grandes incêndios de 2003, se dizia que esses grandes
incêndios poderiam constituir uma boa oportunidade para o país para
fazer uma política florestal".

No entanto, referiu, "passaram dez anos e tudo continua igual".

Na quinta-feira, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo,
considerou que os incêndios que lavram no país desde domingo, são, em
parte, uma inevitabilidade.

"É, em parte, uma inevitabilidade, dado o estado de abandono em que
está uma grande parte da floresta portuguesa", defendeu o governante.

José Ferreira defendeu que "não se pode continuar a insistir na
questão dos bombeiros [eventual falta de formação para combaterem
fogos florestais]", considerando que o que é necessário é "inverter o
rumo para uma situação de prevenção, alteração da política florestal
deste país".

De acordo com o presidente da Escola Nacional de Bombeiros, qualquer
"bombeiro (profissional ou voluntário) tem obrigatoriedade de, ao
longo da sua carreira - quando ingressa como bombeiro de 3.ª, quando
sobe a bombeiro de 1.ª ou quando sobe ao posto de chefe - fazer
formação na área de combate a incêndios florestais".

José Ferreira sublinhou que, durante o período de Maio/Junho, a Escola
organizou pela primeira vez "um curso especial para quadros de
comando, para os incêndios de maior dimensão, um curso intensíssimo
durante uma semana, com treino no terreno e com simulações de treino
nocturno".

Desde o início do ano, 3 bombeiros morreram e 34 ficaram feridos no
combate a incêndios.

O caso mais recente ocorreu na quinta-feira, na Serra do Caramulo,
distrito de Viseu, onde uma bombeira morreu e outros seis ficaram
feridos, estando um deles internado no Hospital de São João, no Porto,
com "prognóstico muito reservado".

O fogo na Serra do Caramulo deflagrou na quarta-feira e foi hoje dado
como dominado, às 08:32, depois de mais de 60 horas de combate.

Lusa/SOL

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=82974

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