Vendas para o exterior ultrapassam este ano as 40 mil toneladas, o
que representa uma facturação de 130 milhões de euros.
As exportações nacionais de azeite vão crescer este ano cerca de 20%,
ultrapassando as 40 mil toneladas e atingindo um volume de facturação
de 130 milhões de euros. Trata-se do dobro da quantidade exportada em
2006 (20 956 toneladas), o que é um "crescimento notável, tanto mais
se tivermos em conta a conjuntura de crise económica e financeira
global", diz Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite,
associação empresarial que representa cerca de 95% de todo o azeite de
marca embalado em Portugal.
Outro indicador favorável é o facto de serem agora exportados produtos
de melhor qualidade e mais valor acrescentado, ao contrário de há
quatro anos. "Actualmente, e pela primeira vez na história das
exportações do azeite português, mais de metade das exportações
nacionais são de azeites virgem extra". Entre 2006 e 2009, as vendas
ao estrangeiro cresceram 120% neste segmento de mercado, que fechou o
ano passado com um volume de exportações de 18 969 toneladas.
Considerando que se trata do "reconhecimento da qualidade do azeite
português, Mariana Matos acrescenta que esta alteração de mercado "tem
permitido reforçar constantemente o valor das exportações portuguesas
de azeite, mesmo num contexto de baixo preço da matéria-prima".
À lista dos países para onde tradicionalmente são exportadas maiores
quantidades de azeite, como Brasil, Espanha ou EUA, as empresas
portuguesas acrescentam os negócios com a China, encarado como "o
mercado do futuro", apesar de o produto ainda ser relativamente
desconhecido.
As importações chinesas de azeite estão a crescer desde 2004 a um
ritmo de 50% ao ano, superando em 2010 as 25 mil toneladas. "Apesar de
todas as dificuldades que as distâncias, não só físicas mas sobretudo
culturais, levantam, existe por parte das empresas a percepção de que
o investimento naquele mercado terá o seu retorno, ultrapassadas que
forem as várias barreiras que constituem ainda um forte entrave à
entrada de produtos alimentares na China, como as questões de
rotulagem, certificação de produtos e regulamentação", refere Mariana
Matos.
Também o presidente da Nutrinvest (que detém o grupo Sovena, o segundo
maior operador de azeite a nível mundial, com um volume de vendas que
ascende a mais de 180 mil toneladas), Manuel de Melo, aponta a
"internacionalização" como "aposta estratégica" para o sector. "Temos
tradição, temos condições tanto de água como de terra, há
potencialidade de crescimento", diz, destacando o facto de a Sovena já
exportar para 70 países.
O aumento da capacidade exportadora está alicerçado na entrada em
exploração de 66 mil hectares de novos olivais intensivos, 40% dos
quais no Alentejo, o que permitirá atingir níveis de produção de
azeite superiores ao consumo anual do país (cerca de 75 mil
toneladas). "Perdemos a nossa posição produtora ao longo de décadas.
Chegámos a um patamar mínimo de 30 mil toneladas. Estamos a recuperar
e esperamos, na próxima campanha, garantir a auto-suficiência no
domínio do azeite", diz o ministro da Agricultura, António Serrano,
que aponta a necessidade de "expandir as vendas para mercados
emergentes".
http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1710871
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