– VÍDEO
Posted by Bruno OliveiraTVRibatejo, twitterTerça-feira, Fevereiro 8th, 2011
Porquê a comemoração do Ano Internacional das Florestas?
Consideramos que a floresta portuguesa tem duas componentes
fundamentais. Uma é componente económica e social na medida em que a
floresta é já o terceiro sector exportador, contribui de uma forma
decisiva para alavancagem da economia portuguesa, cria emprego, tem
valor acrescentando e, ao contrário de outros sectores, aquilo que é
feito na floresta fica cá porque os solos e as árvores não são
deslocalizáveis.
A segunda componente tem a ver com os serviços e bens públicos que
presta a todos os cidadãos como o sequestro de carbono, a oxigenação,
mas também o ciclo hidrológico, a biodiversidade, a caça, entre
outros.
Este conjunto de serviços leva-nos a usar o slogan de que a floresta é
de todos e para todos. Normalmente associamos a floresta a incêndios e
nunca olhamos para o lado positivo da floresta. É por isso este ano
empenhamo-nos em divulgar de forma positiva a floresta portuguesa.
Qual é a importância da floresta portuguesa no mundo?
A nível internacional, a floresta é reconhecida como uma mais-valia no
combate à pobreza e à desertificação. Em termos europeus, Portugal não
está mal, tem quase 40% do território nacional com floresta mas
podemos ainda ter mais e melhor floresta. É este desafio para este
ano.
Quase 90% da floresta é privada mas na floresta que é pública estamos
a tentar dar o exemplo de boa gestão florestal, porque consideramos
que estes bons exemplos podem ser copiados pelos privados.
Pela primeira vez, em 2011, vamos ter certificação florestal apoiada
pelo Estado. É uma medida emblemática na medida em que a floresta
certificada e os seus produtos têm no mercado uma diferenciação
positiva.
Nos fóruns internacionais está-se também a discutir como se pode fazer
recair sobre os produtores florestais as mais-valias dos serviços que
a floresta presta à comunidade, nomeadamente, a questão do sequestro
de carbono. Pergunta-se se os produtores florestais devem receber
mais-valias por estarem a investir num produto de retorno a médio e
longo prazo e ao mesmo tempo a produzir bens públicos que são
usufruídos por todos.
Também é esta a questão que vai estar em cima da mesa durante este ano
em Portugal.
Que actividades vão decorrer durante este ano?
Vamos ter muitas e felizmente que houve uma grande envolvimento da
sociedade civil nesta comemoração. Vamos ter acções de florestação e
reflorestação, quer em áreas ardidas quer em áreas nobres que precisam
de crescer. Vamos ter um conjunto de seminários e colóquios em que o
tema da floresta vai estar em cima da mesa numa perspectiva positiva,
educacional e pedagógica. O envolvimento do Ministério da Agricultura
é óbvio, assim como da secretaria de Estado das Florestas e do
Desenvolvimento Rural, mas temos também a ciência e a educação
activamente ligadas, tal como empresas ligadas às três principais
fileiras do sector: a fileira da pasta do papel e do eucalipto, a
fileira do pinho e a fileira da cortiça.
Floresta em destaque na Feira Nacional de Agricultura
E qual na situação do distrito de Santarém na área florestal?
O distrito de Santarém tem crescido do ponto de vista florestal. É
certo que teve alguns problemas ligados aos fogos florestais mas tem
também revelado uma dinâmica muito forte, sobretudo nalguns concelhos
com características florestais. Recentemente estive na Chamusca onde a
associação "Achar" tem crescido de uma forma sustentada não só na
dinamização da floresta produtiva mas também na organização da
floresta, designadamente nas Zonas de Intervenção Florestal e na
certificação florestal.
Julgamos que o distrito pode e deve continuar a crescer na floresta
porque tem condições edafoclimáticas e características fundamentais
para que possa crescer nesta área.
Em Santarém, durante a próxima Feira Nacional de Agricultura vai haver
um espaço significativo dedicado à floresta e consideramos que este
evento vai ser um dos bons exemplos daquilo que se vai fazer durante
este ano.
http://www.oribatejo.pt/2011/02/rui-barreiro-em-entrevista-sobre-o-ano-internacional-das-florestas-video/
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