A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, disse que voltou a reclamar hoje, em Bruxelas, uma estratégia europeia com vista ao fim das quotas leiteiras que tenha em conta as diferentes situações dos Estados-membros e antecipe e resolva crises no setor.
«Como é sabido, as quotas leiteiras chegarão ao fim dentro de um ano e é preciso discutir sobre mecanismos de regulação do mercado. (…)Reclamámos, como temos vindo a reclamar, que, além do observatório do leite, que já ficou garantido, que haja mais mecanismos que nos permitam antecipar e resolver situações de crise neste setor tão importante», disse, à saída de uma reunião de ministros da Agricultura da União Europeia.
Apontando que se trata de um «tema delicado», Assunção Cristas disse que, «ainda hoje», referiu o caso dos Açores em específico, «para sinalizar que os países são muito diferentes, e dentro dos próprios países também há diferenças, e as respostas europeias têm de se adequar a toda esta diversidade que constitui os Estados-membros».
Segundo a ministra, uma política apropriada para o setor, ao nível nacional, poderá também ajudar a prevenir um cenário mais negativo com a chegada ao fim das quotas nacionais de produção.
«A situação vai ser também aquela que nós conseguirmos gerir melhor todos em conjunto, porque pode não haver nenhuma catástrofe se, de facto, nós pudermos investir, criar valor acrescentado, procurar novos mercados de exportação, coisa que já tem acontecido», disse, apontado designadamente a abertura, «há uns meses, do mercado chinês às empresas portuguesas de laticínios».
«Portanto, fazer leite cru não é a única alternativa. Nós podemos e devemos acrescentar valor às nossas exportações leiteiras, crescendo na transformação, nomeadamente em produtos onde nós não somos sequer autossuficientes do ponto de vista alimentar - o queijo ou os iogurtes são dois exemplos -, e onde, sobretudo, temos o mercado internacional para conquistar», completou.
O futuro do setor do leite foi um dos tópicos da agenda da reunião de hoje dos ministros da Agricultura, com um debate sobre os desafios que o mercado leiteiro irá enfrentar - a curto, médio e longo prazo - com o fim das quotas nacionais de produção, que está marcado para 01 de abril de 2015, e os dispositivos previstos na nova Política Agrícola Comum (PAC) para prevenir crises de mercado, especialmente nas regiões mais desfavorecidas ou com uma produção mais frágil, como os Açores.
Segundo a presidência grega da UE, a previsão para o mercado, a médio e longo prazo, é positiva em termos de procura, mas o setor poderá ter que lidar com flutuações de preço potencialmente dramáticas.
Dinheiro Digital com Lusa
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