O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), João Machado, desvalorizou hoje a diminuição das exportações de azeite português para a China, contrapondo com o aumento global das vendas e a aposta dos produtores noutros mercados.
"Não é muito preocupante, porque globalmente as exportações estão a aumentar e isso é o mais importante", afirmou à agência Lusa João Machado, no final de uma reunião do Conselho Consultivo do Alto Alentejo, que decorreu hoje à tarde em Évora.
O responsável falava a propósito da diminuição das exportações de azeite português para a China, apesar de as importações chinesas daquele produto quase terem triplicado nos últimos cinco anos, segundo o jornal China Daily.
De acordo com as estatísticas da Administração-geral das Alfandegas Chinesas, que não incluem as transacções com Macau e Hong Kong, em 2013, as importações de azeite português caíram para 734 mil euros, uma descida de 47% em relação a 2012 e menos de metade do que em 2011.
O presidente da CAP disse desconhecer os motivos da diminuição das exportações de azeite para a China, mas assinalou que, "como aumentaram globalmente, deve ser uma estratégia de quem não tem quantidade suficiente para todos apostou noutro mercado".
"Portugal tem mercados onde a exportação de azeite é mais importante, como é o caso do Brasil, e as empresas, provavelmente, apostaram mais noutros mercados do que no chinês", apontou João Machado.
Para o responsável, a aposta noutros mercados "pode ser uma estratégia das empresas portuguesas", já que a China "é um mercado longínquo que exige um investimento muito grande".
"O azeite português tem conquistado, cada vez mais, posições no exterior e isso vê-se pelo volume de exportações, que está a aumentar, e também pelo volume de produção", referiu.
O presidente da CAP adiantou que, no ano passado, Portugal já foi "auto-suficiente em azeite", o que aconteceu "pela primeira vez nos últimos 40 anos", e que o aumento da produção deverá continuar este ano e no próximo.
"Para o próximo ano, já deveremos ser excedentários, o que é bom porque permite exportar cada vez mais", acrescentou.
Nesse sentido, admitiu que "a China pode ser uma oportunidade" para os produtores portugueses de azeite, tal como já acontece com os vinhos portugueses, que têm "aumentado as suas exportações permanentemente".
A reunião de Évora marcou o início de "uma volta ao país" dos dirigentes da CAP para encontros com as associadas para discutir a nova Política Agrícola Comum (PAC), questões fiscais e a execução do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), entre outros assuntos.
Fonte: Lusa
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