Toshiba vai vender legumes orgânicos produzidos em fábrica
O conglomerado industrial japonês Toshiba, conhecido pelos seus aparelhos electrónicos e reactores nucleares, anunciou uma nova actividade: a venda de legumes produzidos numa fábrica.
«Vamos dar uma nova dimensão à nossa divisão de atenção sanitária», anunciou a Toshiba em comunicado.
O conglomerado vai produzir legumes sem pesticidas ou outras substâncias químicas numa fábrica totalmente asséptica, mas gerida por dispositivos electrónicos.
Especializada, entre outras coisas, em equipamento médico, e a administrar um hospital próprio em Tóquio, a Toshiba diz querer contribuir para a saúde das pessoas. Segundo a empresa, este objectivo passa pelo consumo de comida saudável, que pode ser produzida na fábrica sob certas condições tecnológicas.
Por isso, a Toshiba está a trabalhar numa fábrica abandonada na periferia de Tóquio para dotá-la de «sistemas especiais de iluminação fluorescente, optimizados para o crescimento das plantas, um ar condicionado que mantém sempre a mesma temperatura e um nível de umidade constante, um dispositivo de vigilância do estado físico das plantas e equipamentos esterilizados para a embalagem dos produtos».
A delicada gestão desta fábrica será efectuada com meios similares aos empregues nas fábricas de semicondutores, outra especialidade do ecléctico conglomerado japonês.
«Ao minimizar o contacto dos produtos com as partículas, é possível prolongar a sua conservação em bom estado», destacou a Toshiba.
Numa superfície industrial de cerca de 2.000 metros quadrados, o grupo produzirá o equivalente a 3 milhões de saladas por ano e fornecerá alface, espinafre e outros legumes para supermercados e restaurantes.
A Toshiba prevê cultivar, em função da procura, produtos com características particulares, por exemplo com forte conteúdo de vitamina C.
O grupo não é o primeiro japonês especializado em electrónica a interessar-se nas «fábricas de legumes».
A Panasonic e a Fujitsu têm «explorações agrícolas» deste tipo, criadas há pouco no município de Fukushima (nordeste), onde parte da população prefere os legumes produzidos em espaços fechados aos cultivados no campo, por medo de estarem contaminadas pela radioactividade da central destruída no terremoto de Março de 2011.
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