sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A urgência do regresso à terra

04/02/11 00:04 | Económico
Comunidade
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O preço dos alimentos atingiu um pico histórico pelo sétimo mês
consecutivo, revela o índice da Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e a Alimentação.
Segundo a FAO, os preços vão continuar altos nos próximos meses e são
particularmente preocupantes nos países com menores rendimentos e que
são deficitários em alimentos. O aumento dos preços da alimentação
está entre os principais factores que contribuíram para as revoltas
populares na Tunísia e no Egipto, mas também já tinha estado na origem
dos tumultos em Moçambique, há alguns meses.
A subida das
matérias-primas agrícolas, sobretudo os cereais, reflecte-se em toda a
cadeia alimentar, incluindo o leite e a carne. Mas também a subida do
preço do petróleo acaba por ter influência no custo dos alimentos e
contribui para agudizar a situação dos países mais carenciados.
Portugal, apesar de ter um PIB 'per capita' bastante acima de países
como o Bangladesh, Marrocos, Argélia, Nigéria, Líbano, Egipto, Angola,
Roménia, Líbia ou Tunísia, gasta quase 30% do orçamento das famílias
em alimentação e tem um défice da balança alimentar que cresceu quase
24% na última década e que é de 1,8% do PIB. Estes dados levam mesmo o
banco japonês Nomura a classificar Portugal no 26º lugar entre as 80
economias mais vulneráveis na área alimentar, ao nível da Venezuela,
Vietname, Letónia, China e Índia. Uma questão que vem recolocar na
ordem do dia a urgência de o País voltar a apostar na agricultura,
tendo em conta que um terço da superfície total são terras agrícolas,
mas uma grande parte está abandonada.

http://economico.sapo.pt/noticias/a-urgencia-do-regresso-a-terra_110376.html

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