Discurso directo
"Governo queria foto de grupo para Bruxelas"
0h30Nº de votos (0) Comentários (0)
Por:Pedro H. Gonçalves
Correio da Manhã – Quais foram os motivos que levaram a Confederação
de Agricultores de Portugal (CAP) a não aceitar assinar o compromisso
de acordo?
Luís Mira – O Governo anunciou o pacote das 50 medidas em Dezembro e
garantiu que as ia discutir com os parceiros sociais. Passados três
meses não houve nenhuma proposta concreta de como executar essas
medidas. Na última semana, apressaram-se para conseguir levar a
Bruxelas um entendimento para um acordo. O que é um entendimento para
um acordo?
– Mas não considera importante levar esta declaração de princípios
para Bruxelas?
– O Governo quer mostrar no Conselho Europeu que as medidas são duras
e que têm o apoio dos parceiros sociais. Mas não é com um acordo na
concertação social que os juros baixam. E não temos nenhum problema em
sermos o único parceiro social do lado do patronato a dizer que não.
– Isso quer dizer que vão ficar de fora das negociações?
– A CAP está disponível para um acordo que tenha medidas concretas
para o sector da agricultura. No documento só há uma referência sobre
o apoio às exportações agrícolas, não explica como. Não podemos
assinar algo tão genérico como isto que o Governo propõe. A única
medida concreta [do fundo] só serve para agravar a situação.
– Apresentaram medidas em concreto ao Governo?
– Claro, desde a taxa de água, à electricidade verde e os projectos do
PRODER. São 60 milhões de euros em projectos que estamos à espera de
receber. O Governo não deu resposta, só queria levar uma foto de grupo
com os parceiros sociais para Bruxelas.
– O Governo tem capacidade para acomodar essas medidas?
– A bola está do lado do Governo, que pode e deve criar condições de
competitividade no sector para nós aceitarmos o acordo.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/governo-queria-foto-de-grupo-para-bruxelas
Sem comentários:
Enviar um comentário