terça-feira, 8 de março de 2011

Ministro“empenhado”no emparcelamento do Vale do Pranto

BAIXO MONDEGO

Orizicultores manifestaram as suas preocupações e António Serrano,
apesar do elevado valor da obra, defende que esta é "fundamental" para
o desenvolvimento da zona
A realização das obras hidroagrícola no Baixo Mondego (Vales do
Pranto, do Arunca e do Ega) foram o "mote" para a visita que o
ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural efectuou ontem às
freguesias do Alqueidão, Vinha da Rainha e Borda do Campo, respondendo
ao convite que lhe havia sido feita pela APOR (Associação Portuguesa
de Orizicultores). António Serrano visitou os locais, acompanhado de
dezenas de agricultores, que lhe fizeram chegar as suas preocupações,
que passam, por dar «o devido andamento à conclusão do aproveitamento
hidroagrícola do Baixo Mondego», conforme transmitiu Isménio de
Oliveira, em nome da APOR e da Comissão de Agricultores do Vale do
Pranto.

Ora, o tutelar da pasta da Agricultura (que mais uma vez enalteceu a
qualidade do arroz Carolino), está disposto a que se encontre «uma
forma de melhorar a situação», defendendo ser necessário «concluir o
projecto de emparcelamento». António Serrano, que recordou os três
projectos a concurso (Bolão, margem esquerda do Mondego e Maiorca),
frisou estar «empenhado em revitalizar a zona e avançar para uma
estrutura conjunta que trate as questões, estude as melhores soluções
e se conclua» o empreendimento, recordando que os projectos de regadio
têm dezenas de anos e que são necessários «muitos recursos
financeiros, mas que são fundamentais para o desenvolvimento», da
região do Mondego. O aproveitamento do regadio «é baixo», e a
solucionar-se «permite obter um melhor rendimento», disse, esperando
ter «dentro de um ano, ano e meio, a melhor solução».
Para trás ficavam as palavras do responsável da APOR, que evocou as
«perdas de rendimento dos agricultores e algumas questões ambientais»,
que a dupla função do Rio Pranto (como reservatório e eixo principal
de drenagem) está a gerar e pediu particular atenção «às obras
hidroagrícolas e à restruturação fundiária no Vale do Pranto»,
considerando como «principal prioridade a prossecução das obras». Até
porque, sublinhou Isménio de Oliveira, «as difíceis condições de
trabalho começam a levar ao abandono de uma das zonas de maior
potencial para a produção de arroz».
Sem obras, orizicultores abandonam produção
Todavia, adiantou, reconhecendo a «delicada situação financeira do
país», sugeriu que a curto prazo se crie um grupo de trabalho (com os
diversos organismos e representante dos agricultores), para «rever a
filosofia subjacente ao projecto existente de regularização do Rio
Pranto, tendo em conta as perspectivas ambientais e candidatura ao
Fundo de Protecção de Recursos Hídricos», que haja «autorização» para
o projecto de emparcelamento da área em falta e disponibilização de
técnicos para trabalharem no projecto de restruturação fundiária,
entre outros aspectos, manifestando-se os agricultores disponíveis
para colaborar e para «prescindirem da indemnização compensatória, por
não cultivarem no período de execução das obras».
Por outro lado, Pedro Brás advertiu para questões ambientais, como o
facto de, naquele vale existirem «esgotos e ETAR`s a escorrer para o
rio», provocando «mistura de águas», gerando «dificuldade de
produção», nesses terrenos. Já Mário Alberto, que, com o seu pai,
possui centenas de terras "espalhadas", a mais pequena com 540 metros
quadrados e a maior com 2,5 hectares, apela à urgência do
emparcelamento, que «encurtava as despesas de produção em custos e
tempo».
http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=11671&Itemid=135

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