terça-feira, 6 de agosto de 2013

Agricultores e autarquia fazem lobby pela Barragem do Arnóia

Publicado a 5 de Agosto de 2013 . Na categoria: Economia Painel .
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A Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) está empenhada na
conclusão do projecto hidroagrícola das baixas de Óbidos. A garantia
foi dada pelo secretário geral Confederação de Agricultores, Luís
Mira, no final da visita que fez à barragem e pomares da região, no
passado dia 26 de Julho, respondendo ao convite do Centro de Gestão da
Empresa Agrícola de Óbidos, Associação de Beneficiários do Plano de
Rega das Baixas de Óbidos e da autarquia.
De acordo com Luís Mira, estas várias entidades irão agora junto do
Ministério da Agricultura tentar resolver o bloqueio que se tem
verificado neste processo. "O governo não pode fazer um discurso de
que é preciso apoiar a agricultura e depois termos uma barragem com
quase 10 anos e que nunca encheu à sua cota máxima porque as
instituições do Estado – a que gere a água e a que gere a agricultura
- nunca se entenderam sobre a licença de utilização da barragem",
denunciou.
Luís Mira considera que esta é uma situação "inaceitável", até porque
parte da solução, como é o caso do fecho da barragem para um maior
aproveitamento da água, não tem quaisquer custos, tratando-se apenas
de uma questão burocrática.
No que respeita ao projecto da rede de rega – com um custo inicial
previsto na ordem dos 18 milhões de euros -, as entidades locais
acreditam que é possível fazer alterações, reduzindo este
investimento, bem como, posteriormente, o custo de utilização por
parte dos agricultores.
O vereador obidense Humberto Marques diz que já contactou a Direcção
Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e acredita que ainda têm
tempo para as alterações necessárias de modo a ter um perímetro de
rega a funcionar dentro do próximo quadro comunitário de apoio, já a
partir de 2014.
O presidente do Centro da Empresa Agrícola de Óbidos, Sabino Félix,
lembra que há vários anos que as entidades locais lutam pela conclusão
do projecto hidroagrícola, mas que têm estado a "trabalhar sozinhos".
Querem agora sensibilizar outras entidades e personalidades, que
possam fazer alguma pressão junto do governo.

GRUPO DE PRESSÃO PODE AJUDAR

"Esta visita insere-se numa lógica de união de uma série de
personalidades com alguma influência na esfera governamental para que
possamos finalizar esta obra, que já está aqui quase há 10 anos e que
não cumpre a sua finalidade", disse.
De acordo com Sabino Félix, os produtores com terrenos junto ao rio
aproveitam alguma água, mas os que estão a uma distância maior têm
mais dificuldade em regar e rentabilizar as suas produções. "A área
abrangida pelo projecto são 1400 hectares e agora talvez tenhamos uns
300 hectares a aproveitar a água da barragem", disse.
Este agricultor destaca que a instalação da rede de rega fará
rentabilizar a produção pois há culturas que poderão produzir até três
vezes mais, ao mesmo tempo que se reduzem os custos da água. A
conclusão do projecto permitirá também diminuir o assoreamento da
lagoa de Óbidos, uma vez que vai regularizar os rios. Por outro lado,
os agricultores deixarão de recorrer à tomada de água dos lençóis
freáticos, evitando-se que a água salgada entre pelos campos
agrícolas, como agora acontece.
A barragem de Óbidos, orçada em sete milhões de euros, foi inaugurada
em 2005, mas sem a rede de rega, que oito anos continua por construir.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetacaldas.com

http://www.gazetacaldas.com/33667/agricultores-e-autarquia-fazem-lobby-pela-barragem-do-arnoia/

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