Publicado ontem
foto KIM KYUNG-HOON/REUTERS
Segundo Theo Spierings, a Fonterra informou os seus clientes e as
autoridades no prazo de 24 horas
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O fabricante de laticínios neozelandês Fonterra pediu esta
segunda-feira desculpa às pessoas afetadas por ter vendido produtos
contaminados com uma bactéria tóxica e potencialmente fatal, mas negou
qualquer tentativa de dissimulação do caso.
O gigante agroalimentar revelou no sábado que um produto de soro de
leite usado para o fabrico de leite de bebé e bebidas desportivas
tinha sido contaminado com uma bactéria que pode causar botulismo -
forma de intoxicação alimentar rara mas potencialmente fatal -, o que
gerou reações imediatas da China, um dos maiores mercados de
importação dos produtos lácteos da Nova Zelândia.
"Apresentamos as nossas mais profundas desculpas às pessoas que foram
afetadas", afirmou o presidente do grupo, Theo Spierings, numa
conferência de imprensa em Pequim.
Segundo Theo Spierings, a Fonterra informou os seus clientes e as
autoridades no prazo de 24 horas após a confirmação do problema de
contaminação.
As afirmações de Theo Spierings contrariam as do primeiro-ministro
neozelandês, John Key, que, em declarações à TVNZ, criticou o atraso
da Fonterra na divulgação de informações sobre o caso de contaminação.
O primeiro-ministro disse que estava preocupado com o impacto da
reputação da Nova Zelândia como fornecedor de produtos lácteos
seguros, particularmente na Ásia.
"Uma empresa que é a nossa maior marca, o principal exportador, uma
bandeira da Nova Zelândia, cujo negócio se baseia na segurança e
qualidade alimentar, pensamos que deveriam ter tomado todas as
precauções", afirmou.
Os produtos em que foram encontrados vestígios da bactéria foram
exportados para a Austrália, China, Malásia, Arábia Saudita, Tailândia
e Vietname. De acordo com a agência chinesa Xinhua, a Fonterra está a
pedir a devolução de 1.000 toneladas dos seus produtos.
O grupo Fonterra é o maior exportador mundial de produtos lácteos.
Este é o segundo caso de contaminação alimentar da Fonterra este ano,
depois de, em janeiro, terem sido encontrados em alguns dos seus
produtos resíduos de dicianodiamida (DCD), uma substância química
utilizada nas pastagens com o objetivo de reduzir os gases de efeito
estufa.
A Fonterra já foi um dos acionistas da marca chinesa Sanlu, que esteve
no centro do escândalo do leite em pó contaminado com melamina, o qual
resultou na morte de pelo menos seis bebés e afetou mais de 300 mil.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=3357995&page=-1
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