É preciso trabalhar muito para conseguir uma balança zero entre
importações e exportações de produtos agrícolas, avisa o dirigente
João Machado.
08-08-2013 11:11
A agricultura foi o sector que mais contribuiu para a queda do
desemprego no segundo trimestre deste ano, segundo o Instituto
Nacional de Estatística, mas a Confederação dos Agricultores
Portugueses (CAP) pede prudência na análise aos dados que apontam para
um regresso aos campos.
Das 66 mil pessoas que conseguiram encontrar emprego, do primeiro para
o segundo trimestre, mais de metade foi na agricultura.
A sazonalidade pode, no entanto, explicar estes números: "Há um
conjunto de empregos sazonais que normalmente não eram ocupados por
portugueses, que não os aceitavam, mas agora com as dificuldades que
estão a sentir estão a aceitar estes empregos. Por isso, estamos a
importar menos mão-de-obra para as colheitas do que importávamos em
anos anteriores", avisa o presidente da CAP, João Machado.
"Há aqui um misto das duas coisas, veremos depois do Verão o que é que
fica e o que desaparece, mas temos de olhar com algum cuidado para o
aumento do emprego na agricultura e para esta baixa do desemprego no
país, porque provavelmente em grande parte será retomada depois do
Verão", refere ainda.
A renovada atenção dos portugueses para a agricultura é um passo muito
importante para reanimar a economia e João Machado espera que a
tendência possa ficar, mesmo depois da crise.
O dirigente da CAP deixa, por isso, um apelo à classe política:
"Gostaria muito que a política no futuro, mesmo quando as condições
melhorarem no país, continue a pensar que a agricultura é fundamental
e que é fundamental haver portugueses na agricultura, criar emprego,
criar valor."
João Machado afirma inda que é preciso trabalhar muito para conseguir
o objectivo do Governo de aumentar as exportações e baixar as
importações na agricultura: "Estamos a diminuir neste momento mas
ainda é grande. Há uma diferença de três mil milhões de euros entre o
que importamos e exportamos e há um compromisso do Governo para
colocar esta balança a zero no ano 2020. É preciso trabalhar muito
para que isto aconteça", alerta.
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