CARLOS DIAS 11/05/2014 - 09:24
Dos 120 mil hectares de novos blocos de rega programados para a região beneficiada pelas águas do Alqueva, estão concluídos 68 mil hectares e a taxa de adesão dos agricultores atinge os 65%. Mas sem o regadio social (pequenas explorações familiares), onde a taxa de adesão é muito baixa, este valor sobe para os 80%. Costa Salema, presidente da EDIA, sustenta com estes números o "sucesso" do projecto Alqueva, que avalia pelo número de pivots de rega que foram instalados em 2013 nos novos blocos de rega, mais de uma centena.
Para além do olival e do milho, Costa Salema elege as novas culturas que emergem no Alqueva. "Temos propostas de plantação de pera, ameixa, romã e amêndoa". Nas hortícolas já estão plantados 300 hectares de cebola e prepara-se a plantação de 700 hectares de melão e ainda a cultura de uma variedade de abóbora de pequena dimensão que tem grande procura nos países nórdicos.
A cultura da papoila para produção de ópio destinado a fins medicinais é outras das culturas mais promissoras para o Alqueva. Já ocupa quase 1000 hectares, "mas rapidamente irá chegar aos 2000", confia o presidente da EDIA entusiasmado com o interesse revelado pelo maior produtor mundial de ópio a empresa australiana TPI, que assim de junta à empresa escocesa Macfarland Smith, que já iniciou há dois anos a plantação da papoila branca no Alentejo.
Apesar deste tipo de plantação se realizar, pela primeira vez, na região e ainda se encontrar na fase experimental, os resultados "são promissores", assinala ao PÚBLICO Francisco José Cordeiro, um dos agricultores que mantém, com cerca de três dezenas de agricultores, um contrato com Macfarlan para a plantação de papoila branca. E explica porquê: A média de ópio recolhido, em Inglaterra, é de 9% por tonelada, mas houve explorações em Serpa e Quintos (Beja) onde a percentagem de ópio superou os 20%" valores que deixaram os escoceses "encantados" revela o agricultor.
Contudo, é nas culturas de hortícolas e frutícolas que Costa Salema antecipa o maior sucesso do regadio de Alqueva, porque são fileiras que geram "maior valor acrescentado" num território onde "há fartura e água e terra com excelente aptidão agrícola" para uma multiplicidade de culturas, conclui o presidente da EDIA.
1 comentário:
É obvio que as culturas horto-frutícolas por serem também altamente perecíveis gozam de uma economia que lhes asseguram margens de lucro apetecíveis. Mas daí a considerar que outras culturas não pagam a água que consomem ou que tudo estará na dependência do petróleo é um pouco forçado e simplista.
Falemos dos dólares por tonelada e arrepiemo-nos pelas grandes oscilações do mercado mesmo com produtividades excelentes de 20.000 kg/há. Continuemos sendo simplistas.
Instalem-se unidades industriais que peguem esse milho de economia volátil e o transformem em broas ou cereais matinais, ou outro qualquer produto que por aí se encontra com preços exorbitantes e com mercado assegurado desde que com produtos de qualidade.
Viu como complicando um tiquinho se resolvem muitas equações de economia?
Não somos obrigados a vender o nosso milho para ninguém que o pague barato. também não somos obrigados a compra-lo caro da Ucrânia. Então, pensemos 5 minutos e vejamos como se resolvem problemas que não existem de facto.
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