Helena Geraldes
Vários países da União Europeia (UE) estão a registar mortalidades de abelhas cada vez mais elevadas. A Comissão Europeia apresentou hoje medidas suplementares para tentar travar o problema.
Um programa de monitorização, a não aprovação de pesticidas nocivos e aumentar em 25 por cento a contribuição da UE para programas nacionais de apicultura de 2011 a 2013 são algumas das medidas previstas para travar o problema e ajudar os 700 mil apicultores da UE.
"A protecção das abelhas e da qualidade do mel é um assunto de grande importância na UE", disse o comissário para a Saúde e Consumo, John Dalli, defendendo o princípio da prevenção.
"As abelhas saudáveis desempenham um importante papel na produção de mel e na polinização das plantas, como as árvores de fruto", constata a UE. No entanto, "nos últimos anos, vários países [como Espanha, França e Alemanha] verificaram um aumento da mortalidade das abelhas", nomeadamente infecções por bactérias e parasitas. Entre os factores com impacto negativo nas abelhas estão o uso de pesticidas na agricultura, as alterações climáticas, a falta de alimento e a perda de habitat.
Segundo noticiou o PÚBLICO em Agosto passado, as associações do sector garantem que, por enquanto, não há razões para alarme. Manuel Gonçalves, presidente da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP) – que representa cerca de 30 associações do sector - considera que a situação não é preocupante, mas que poderá sê-lo "a curto prazo" se as abelhas continuarem a desaparecer. "Todos os anos, há sempre uma falha efectiva de cerca de 20 por cento de colmeias que não se consegue repor, mas a situação poderá vir a ser preocupante se verificarmos que a mortandade é excessiva." "Há um equilíbrio que deixou de existir", acrescenta.
Mas até ao momento, os estudos científicos não conseguiram determinar com clareza as causas exactas desta mortalidade. Contactado, então, pelo PÚBLICO, o Ministério da Agricultura defendeu que a redução registada das abelhas tem sido sempre "associada a causa naturais (incêndios, seca) ou a causas sanitárias (doenças das abelhas)".
O documento onde constam as medidas propostas hoje por Bruxelas vai agora ser debatido pelo Parlamento e Conselho europeus, bem como pelas autoridades de cada Estado membro
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