Margarida Cardoso (www.expresso.pt)
17:16 Sexta feira, 10 de Dezembro de 2010
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As exportações de vinho deverão atingir este ano um valor recorde de 600 milhões de euros, anunciou hoje o Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento e das Pescas na abertura da conferência internacional "Wines of Portugal", no Porto.
Numa sala onde estavam 200 conferêncistas estrangeiros ligados ao setor, desde jornalistas a enólogos, escanções e importadores, o Ministro António Serrano apresentou o vinho como "um exemplo" na agricultura portuguesa, "um setor primeiro e não apenas primário, na ultrapassagem da crise que vivemos".
Aproveitando o mote desta conferência, em que a organização da Viniportugal convidou os participantes a "Descobrir a Touriga Nacional", o ministro destacou como primeiro desafio do setor "a preservação das cerca de 250 variedades de castas existentes no país".
10% das castas do mundo
Jancis Robinson, uma das mais reputadas especialistas internacionais no setor dos vinhos, dedicou, também, algum tempo da sua intervenção às castas portuguesas, sublinhando que o pequeno território nacional terá 10% das castas do mundo.
Transformar esta diversidade num dos trunfos da viticultura nacional é um dos desafios que Portugal tem, agora, pela frente, de forma a aproveitar o potencial aberto pela chegada ao mercado de pequenos importadores independentes que contrariam o domínio da grande distribuição, oferecendo "produtos únicos, com identidade e caráter, diretamente ao consumidor", sublinhou.
A promoção da imagem de Portugal e a ligação do vinho ao turismo e à gastronomia foram, também, apontados como pontos a trabalhar para capitalizar o potencial dos vinhos portugueses.
Crescimento de 55% no Brasil
Outro dos desafios da viticultura lusa é "unir esforços e trabalhar em conjunto". O olhar externo de Jancis Robinson, tal como o de Charles Metcalfe, outro especialista internacional do setor, não percebe a fragmentação entre os vinhos de mesa, vinho do Porto e vinho da Madeira. Por isso, defendem:"Quanto mais depressa as barreiras entre eles caírem, melhor".
Francisco Borba, presidente da Viniportugal, mostrou-se confiante quanto ao futuro da vitivinicultura nacional. E, a justificar o otimismo, apresentou indicadores relativos ao vinho de mesa, com um crescimento nas exportações de 11% no primeiro semestre. No Brasil e Estados Unidos, o aumento das vendas atingiu 55% e 36%, respetivamente, "ultrapassando as nossas melhores expetativas", disse.
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