sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Espécies selvagens de leguminosas serão resgatadas para ajudar a alimentar o mundo

Espécies selvagens de leguminosas serão resgatadas para ajudar a alimentar o mundo
10.12.2010
Helena Geraldes

Face à ameaça das alterações climáticas à segurança alimentar mundial, foi hoje lançada uma expedição que vai resgatar as espécies selvagens da família do trigo, arroz, feijão, batatas e outras espécies essenciais.

O projecto, coordenado pelo Global Crop Diversity Trust e em colaboração com institutos de investigação de vários países, vai recolher, catalogar, utilizar e armazenar sementes de todo o planeta, de forma sistemática. O objectivo é ajudar a proteger as reservas alimentares mundiais, num cenário de iminente ruptura, explicam os responsáveis pela iniciativa.

"Estas plantas selvagens contêm traços genéticos que podem ser utilizados para tornar as culturas agrícolas mais resistentes e versáteis, face às alterações do clima esperadas para os próximos anos", segundo um comunicado do Global Crop Diversity Trust.


A Noruega já anunciou uma contribuição de 50 milhões de dólares (37,7 milhões de euros) para financiar, durante dez anos, a investigação em relação a 23 culturas, entre as quais a alfafa (ou luzerna), feijão, lentilhas, ervilhas, batata e arroz.

"Todas as nossas culturas provêem de espécies selvagens. Foi assim que a agricultura começou", explicou Cary Fowler, director executivo da organização. "Essas plantas estavam muito bem adaptadas aos climas do passado. As alterações climáticas exigem que regressemos a elas para enfrentarmos situações climatéricas mais duras e exigentes. E precisamos de o fazer enquanto as plantas ainda não se extinguiram", acrescentou.

Segundo os Jardins Reais britânicos, Kew, parceiros do projecto, um quinto das espécies de plantas do mundo estão ameaçadas de extinção.

Erik Solheim, ministro norueguês do Ambiente, considera que este projecto representa "um dos passos mais concretos dados até à data para garantir que a agricultura, e a humanidade, se adaptam às alterações climáticas". Além disso, a iniciativa "demonstra a importância da biodiversidade e dos recursos genéticos para a sobrevivência da humanidade".

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