Casa do Azeite considerou «genericamente positivo» para o setor o estudo da Deco
Por: tvi24 | 2013-08-27 16:45
A secretária-geral da Casa do Azeite considerou esta terça-feira
«genericamente positivo» para o setor o estudo da Deco que apontou
irregularidades em cinco marcas de azeite, salientando que apenas num
caso está em causa a «genuinidade» do produto.
«Não é de todo preocupante, pelo contrário, a qualidade geral dos
azeites em Portugal subiu muito na última década ou nos últimos 15
anos, estão incomparavelmente melhores e, todos os dias, temos
notícias de excelentes resultados», afirmou Mariana Matos em
declarações à agência Lusa.
Um estudo da associação de defesa dos consumidores Deco a 25 marcas de
azeite revelou hoje que uma não era azeite e que quatro eram «azeite
virgem» e não «azeite extra virgem» como estava descrito no rótulo,
numa violação da lei.
No teste, cujos resultados são publicados na edição de setembro da
revista Deco Proteste, mas que foram hoje divulgados, apenas duas
marcas apresentaram excelente qualidade.
No caso da marca «Alfandagh», descrita no rótulo como «azeite virgem
extra», de origem biológica, a Deco aponta que nem sequer é azeite,
«tendo as análises comprovado a presença de outros óleos vegetais
refinados que não o originário da azeitona».
Com 65 associados representativos de «mais de 90% do mercado de azeite
embalado em Portugal», a Casa do Azeite admite que «nunca é bom haver
notícias destas», mas assegura que, ¿genericamente, não é, nem pouco
mais ou menos, caso para alarme social», nem «uma situação
extremamente gravosa para o setor».
Segundo a secretária-geral, a «adulteração» detetada é «um caso de
polícia», mas, nas restantes quatro situações apontadas pela Deco, o
que está em causa é uma «desclassificação organoléptica», dependente
de fatores subjetivos.
«O que acontece com quatro das amostras que foram detetadas pela Deco
é uma questão organoléptica, é uma questão de um ligeiro defeito no
sabor ou no cheiro, mas os azeites são perfeitamente genuínos, não há
problema nenhum do ponto de vista químico», salientou.
Conforme explicou, «o painel de prova entendeu que havia uns ligeiros
defeitos que transformariam aqueles azeites não em azeites virgem
extra, mas em azeites virgem», sendo que «a prova organoléptica não é
uma ciência exata¿ e os defeitos certamente nem serão detetáveis pelo
¿comum dos mortais».
Salientando que o estudo se focou em azeites correntes «de início de
gama, não de topo», Mariana Matos alertou ainda que, frequentemente,
«esses defeitos aparecem não por culpa de quem embalou aquele azeite,
mas depois de o azeite estar no mercado».
«Se tiver um azeite numa prateleira do supermercado com um holofote a
aquecê-lo e a pôr-lhe luz em cima esse azeite altera-se
substancialmente. E isso é uma alteração pela qual o embalador não
pode ser responsabilizado», disse.
Relativamente ao reforço da fiscalização do setor defendido pela Deco,
a Casa do Azeite diz estar «100% de acordo», considerando «muito
importante que a fiscalização seja sempre ser feita e que as empresas
saibam que essa fiscalização está em campo».
«Isso é muito importante para manter o mercado a funcionar
regularmente e ajuda todo o mercado a funcionar de forma mais
transparente», concluiu a secretária-geral da associação em
declarações à Lusa.
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/azeite-deco-asae-casa-do-azeite-fraude-tvi24/1483751-4071.html
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