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O secretário-geral do Instituto de Apoio à Criança defendeu hoje que
as crianças suspeitas de terem ateado incêndios devem ser avaliadas
psicologicamente, para se perceberem os motivos deste tipo de
comportamento, que "não é comum" em menores.
O Jornal de Notícias avança na edição de hoje que, em quatro dias,
cinco crianças, menores de 16 anos, foram identificadas pela Polícia
Judiciária por suspeita de terem ateado fogos.
Segundo o jornal, três menores foram detidos em S. João da Madeira e
um em Gaia, por suspeita da autoria de incêndios florestais, e um
rapaz de 12 anos, por suspeita de ter incendiado uma zona de mato
próxima da Nave Desportiva de Espinho.
Para o secretário-geral do IAC, o psicólogo Manuel Coutinho, é uma
situação "bastante preocupante".
"Entendo que estas crianças devem ser, numa primeira fase, objeto de
uma avaliação psicológica e psiquiátrica para perceber que tipo de
personalidade é que a está a levar a ter este comportamento, porque
não é comum, nem sequer se pode generalizar que essas situações sejam
uma prática habitual de crianças tão novas", disse à agência Lusa
Manuel Coutinho.
Para o psicólogo clínico, podem tratar-se de crianças que "estão
descompensadas" a nível do humor, que "não conseguem, muitas vezes,
perceber os limites e cometem erros gravíssimos".
"Pode haver alguma alteração do humor, no sentido da depressão ou
mania, eventualmente com distúrbios bipolares, que leva a este
comportamento que causa graves problemas à sociedade".
Nesse sentido, defendeu o clínico, estes casos devem ser "devidamente
avaliados" e remetidos para a psicopatologia, para que haja "uma boa
avaliação psicopatológica".
"Devemos tratar este assunto com 'pinças e algodão na ponta' e não
generalizar, não tomar a parte pelo todo, e perceber que se trata de
uma situação de exceção, que as crianças não estão bem e tem de ser
avaliadas do ponto de vista pedopsiquiátrico", acrescentou.
Diário Digital com Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=654226
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