Os azeites chumbados pelo teste da Deco - quatro, incluindo o da marca
"Grão Mestre", por deficiente informação ao consumidor
A Deco refutou hoje a acusação do produtor de azeite "Grão Mestre" de
falta de rigor de um teste que fez, e em que a marca é visada,
invocando que foram realizadas várias análises que confirmam o mesmo
resultado.
Num estudo feito a 25 marcas de azeite, e cujos resultados foram
divulgados na terça-feira, a Deco aponta o azeite "Grão Mestre" como
um de quatro que se apresentavam no rótulo como "azeite virgem extra",
quando, na verdade, um teste sensorial confirmou que eram "azeite
virgem".
Na quarta-feira, em comunicado, a Penazeites - Azeites Tradicionais
acusou a associação de defesa dos consumidores de prestar "um pobre
serviço aos que pretende defender, publicando um artigo que,
intencionalmente, ignora as informações prestadas pelos produtores,
que carece de rigor, fazendo generalizações abusivas entre lotes e
marcas, e que arrisca orientar a escolha dos consumidores por
critérios mal explicados".
A Penazeites lamentou que, "em claro desrespeito pelo seu dever de
informar os consumidores", a Deco tenha ignorado os resultados das
análises que a empresa mandou fazer a uma "entidade independente e
acreditada" e que enviou à associação de defesa dos consumidores,
atestando a genuidade do azeite como "virgem extra", tal como constava
na rotulagem.
Hoje, em declarações à agência Lusa, a coordenadora técnica de Saúde e
Alimentação da Deco, Sílvia Machado, referiu que, no caso em concreto,
a informação enviada pelo produtor "foi devidamente analisada".
Sílvia Machado adiantou que, não obstante a Deco ter repetido três
vezes as análises, voltou, depois de ter recebido os dados do
produtor, a pedir novas análises a dois outros laboratórios
acreditados, tendo os resultados confirmado que o azeite não possuía
as características de "virgem extra", mas antes defeitos como o cheiro
a mofo.
A coordenadora frisou que a Penazeites foi informada dos resultados
das novas análises antes de a empresa ter divulgado o comunicado.
Segundo Sílvia Machado, as características que atestam a genuidade e a
classificação de um azeite podem perder-se ao longo da cadeia do
produto: na produção, mas também no armazenamento, na distribuição ou
na comercialização.
Os azeites chumbados pelo teste da Deco - quatro, incluindo o da marca
"Grão Mestre", por deficiente informação ao consumidor, e um quinto,
por fraude, porque não era azeite - não punham em causa, de acordo com
a associação de defesa dos consumidores, a saúde e a segurança das
pessoas.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico
aplicado pela agência Lusa
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/deco-refuta-acusacao-falta-rigor-estudo-sobre-azeite
Sem comentários:
Enviar um comentário