Fraude: Caso de Paredes de Coura motivou investigação por parte do IFAP

Subsídios a animais que não existem
O Instituto de Financiamento à Agricultura e Pescas (IFAP) vai
investigar todos os processos de apoio à criação de cavalos selvagens,
os denominados garranos, actividade em que recaem as maiores suspeitas
de fraude.
17 Março 2011Nº de votos (4) Comentários (11)
Por:Secundino Cunha


O organismo do Ministério da Agricultura responsável pelas ajudas aos
agricultores suspeita de que haja, em Portugal, milhares de animais
subsidiados que, na verdade, não existem.
Fonte do IFAP disse ao CM que o facto de estes animais andarem soltos
na montanha, em locais muitas vezes de difícil acesso, dificulta a
actividade fiscalizadora dos técnicos do instituto.
Além disso, sublinha também o IFAP, sendo as candidaturas aos apoios
meramente declarativas, ou seja, feitas com base nas informações
prestadas pelos agricultores, há sempre a possibilidade de o número de
animais declarado não corresponder à realidade.
"As pessoas sabem que estão sujeitas à fiscalização, mas podem sempre
dizer que têm trinta cavalos quando, na verdade, têm apenas meia
dúzia, no pressuposto de que, andando os animais espalhados pelo
monte, ninguém vai lá contá-los", disse a mesma fonte.
No caso de Paredes de Coura, um dos nomes mais falados, além do da
vereadora Alexandra Marinheiro, é o de João Manuel da Cunha, dirigente
da Associação Vessadas e antigo líder da concelhia local do PSD.
Ao CM, João Cunha disse tratar-se de "uma campanha negra", assegurando
que, apesar de não ter recebido qualquer subsídio, o seu nome "tem
estado na berlinda" porque a irmã tem vários apoios e porque um irmão
"namora com uma cunhada da vereadora".
"Desconheço a existência de qualquer fraude nos subsídios em Paredes
de Coura e devo dizer-lhe que o IFAP tem fiscalizado mais do que nunca
e, pelo que nos comunicam os agricultores nossos associados, muitas
vezes com excesso de zelo", disse João Cunha.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/subsidios-a-animais-que-nao-existem