Opinião:
Dr. Joseph Reger, Chief Technology Officer da Fujitsu Technology Solutions
15 de Março - 2011
A Humanidade tem de encontrar novas formas de aumentar a sua produção
agrícola para ir ao encontro das exigências crescentes da sociedade.
Atualmente na sua infância, a agricultura assistida por TI tem um
papel importante a desempenhar e os pioneiros vão beneficiar de ganhos
imediatos, afirma o Dr. Joseph Reger, Chief Technology Officer da
Fujitsu Technology Solutions.
A Humanidade poderá ficar em apuros se colocar obstáculos à utilização
de tecnologias que possibilitem a agricultura inteligente do futuro. O
crescimento continuado da população mundial e a dependência crescente
da agricultura para fornecer substitutos aos combustíveis fósseis
fazem com que não haja outra opção a não ser adotar a agricultura
high-tech.
Os recursos globais existentes já estão sob pressão – e está a
tornar-se cada vez mais evidente que os métodos agrícolas low-tech dos
dias de hoje não são bons o suficiente para o futuro: temos de
encontrar melhoramentos que garantam colheitas suficientemente
abundantes para fazer face a uma procura cada vez maior.
Carências e falhas nas colheitas terão um impacto cada vez mais global
– e podem ser mais facilmente evitadas se, desde o início, adotarmos a
agricultura assistida por tecnologia para ajudar a determinar fatores
críticos, como a melhor altura para semear e o momento ideal para
colher. Haverá ainda a vantagem adicional de sistemas de alerta
precoce melhorados, capazes de detetar os fatores que podem levar ao
fracasso das colheitas.
É óbvio que o setor das novas tecnologias não prestou atenção
suficiente à agricultura. E isso é algo que não se resolve de um dia
para o outro. A aplicação de tecnologia para alcançar ganhos tangíveis
na agricultura requer, antes de mais, a recolha e o processamento de
enormes quantidades de dados – para, então sim, fornecer sugestões com
vista à otimização.
No entanto, é essencial darmos o pontapé de saída. Para permitir a
inovação, precisamos de infraestruturas TI muito flexíveis, em que,
idealmente, não seja necessário um investimento precoce: ambientes em
que os projetos possam correr rapidamente, em que a capacidade esteja
disponível on-demand – o que implica cloud computing.
A grande vantagem de recorrer à cloud computing para melhorar a
agricultura é que a infraestrutura já existe. Especialistas em
agricultura podem executar projetos agrícolas assistidos por TI sem
precisarem de se tornar primeiro especialistas em tecnologia.
No Japão, a Fujitsu já está a implementar tecnologia nos arrozais para
determinar a altura ótima para a colheita do arroz. Isto responde à
questão de 'como é que as minhas atividades agrícolas aumentam o
rendimento ou se tornam mais eficientes'.
A Fujitsu está também a interessar-se por um projeto na Alemanha que
procura melhorar o vinho Spätlese (colheita tardia) – neste caso, o
objetivo não é aumentar a colheita, mas aprimorar a sua qualidade.
Aqui, a tecnologia também pode ter um papel a desempenhar.
À medida que a agricultura se torna high-tech, a revolução tecnológica
agrícola não exige que os agricultores pousem as enxadas e agarrem no
rato. Ao invés, prevemos o crescimento de grupos de projeto
especializados, com competências em disciplinas agrícolas e temas
associados, como os ecossistemas. A capacidade de armazenamento e de
servidor é simplesmente adquirida como serviço cloud para a duração do
projeto – e depois libertada.
Alguém se espanta por o uso direcionado de tecnologia poder fazer uma
enorme diferença na agricultura? Certamente que não. Isso acontece
porque, atualmente, a penetração das TI neste setor é bastante fraca –
o que faz com que seja muito mais fácil ter impacto. Os pioneiros da
agricultura inteligente irão beneficiar de grandes ganhos.
Foto: Um agricultor ara um campo usando um sensor GPS sem fios no
pulso. O trator também tem um sensor sem fios anexado à parte traseira
do banco.
http://www.vidarural.pt/content.aspx?menuid=48&eid=5677&bl=1
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