14 de Março, 2011
Os resíduos dos antibióticos eliminados pelo organismo humano
encontram-se nas águas tanto dos rios como nas águas residuais
municipais e é necessário estudar o seu efeito no ambiente e na saúde
do homem, defendeu hoje uma investigadora.
Em declarações à agência Lusa, a coordenadora do estudo sobre a
presença de resíduos de quatro antibióticos do grupo das
fluoroquinolonas em amostras de águas do Centro do país referiu que em
Portugal faltam estudos acerca deste tema, conhecimento indispensável
para avançar com legislação.
«Há uma grande lacuna, há poucos estudos não só da ocorrência, de
verificar os efeitos que têm no ambiente e sem dados dificulta a
realização de uma avaliação adequada do risco para o ambiente e para a
saúde humana para promover medidas de minimização», apontou Angelina
Pena.
A União Europeia tem legislação que exige que se efectue uma avaliação
dos riscos potenciais para o ambiente dos medicamentos, referiu.
O trabalho de investigação coordenado por Angelina Pena, do Centro de
Estudos Farmacêuticos da Faculdade de Farmácia da Universidade de
Coimbra, foi um dos dois distinguidos com o prémio VALORMED 2010,
atribuído pela Valormed e pela Universidade Nova de Lisboa.
O prémio pretende promover o desenvolvimento sustentável e a educação
em saúde ambiental.
O estudo apresenta um trabalho de investigação relativo à
monitorização de resíduos de quatro antibióticos do grupo das
fluoroquinolonas em amostras de águas do Rio Mondego e de águas
residuais de quatro hospitais e da ETAR (Estação de Tratamento de
Águas Residuais) de Coimbra, como informa a VALORMED.
Apesar da «elevada eficiência» das ETAR, com níveis de 90 por cento,
«encontramos resíduos deste grupo de antibióticos em quantidades
residuais, quer em águas de superfície, quer em águas residuais,
municipais e hospitalares», disse Angelina Pena.
No entanto, os dados detectados «são concordantes com o que se passa
em outros países europeus», tanto no que respeita à presença deste
grupo de antibióticos no ambiente e em águas residuais e águas de
superfície, como também na eficiência das estações de tratamento de
águas residuais, explicou a investigadora.
«Depois de saber da presença destes fármacos no ambiente, queremos
saber qual o possível impacto que podem ter no ambiente e para o
homem», apontou Angelina Pena, defendendo a necessidade de continuar
os estudos.
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=14091
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