18.03.2011
Lusa
Portugal e seis países comunitários defendem o aumento da meta de
redução de emissões de dióxido de carbono para 30% em 2020, em vez dos
actuais 20%, um objectivo que consideram ser do interesse da União
Europeia e possível cumprir.
Numa carta subscrita por responsáveis governamentais pelo Ambiente de
Portugal, Espanha, Grécia, Alemanha, Dinamarca, Suécia e Reino Unido,
que teve a iniciativa, é referido que "as razões para aumentar a meta
de redução para 30% em 2020 são agora mais fortes".
O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, que assinou a
proposta, disse hoje à agência Lusa que "o caminho mais
custo-eficiente para atingir os objectivos de longo prazo passa por
considerar chegar a 2020 com mais do que 20% de redução das emissões".
Em 2009, "já uma boa parte deste esforço de 20 por cento foi feito, a
redução global de emissões em relação a 1990 atingida em 2009 andou na
casa dos 17%", acrescentou.
O objectivo de "30% de redução de emissões para 2020 parece ter bons
fundamentos para se poder alcançar porque não é excessivamente
ambicioso, não nos põe em dificuldades excessivas, mantém o estímulo
para a inovação, para a economia verde que deve continuar a vir desta
política de energia e clima", explicou o governante.
Humberto Rosa apontou ainda que "é uma meta importante para o
objectivo global de a União Europeia contribuir" para evitar um
aumento médio das temperaturas acima dos dois graus centígrados.
Questionado acerca de eventuais dificuldades em cumprir o objectivo de
30% numa altura em que os países enfrentam uma crise económica, o
secretário de Estado salientou que não se trata de novas fontes de
financiamento.
"O que se passa é que é preciso redireccionar financiamento da chamada
economia cinzenta, do combustível fóssil, para a economia verde, mais
limpa e baseada no renovável, na eficiência", especificou o
responsável do Ministério liderado por Dulce Pássaro.
Se a meta de redução de emissões ficasse nos 30%, o objectivo para
Portugal já não seria um por cento de aumento, "seria baixar um
bocadinho" o que Humberto Rosa disse ser possível.
"Estamos convencidos que, com a política traçada de eficiência
energética e de renováveis, que é para manter, podemos acomodar este
esforço adicional até com um impulso positivo à inovação e
competitividade da nossa economia", realçou.
A carta dos responsáveis do Ambiente surge numa altura em que o preço
dos combustíveis atinge valores elevados e salienta que a subida da
meta de emissões iria "aumentar a resiliência da Europa contra picos
de preço do petróleo e reduzir a sua dependência energética".
Aos sectores que estão preocupados com a forma como se irão adaptar a
esta situação, os governantes dizem que "há soluções disponíveis".
A União Europeia lançou recentemente o Roteiro de Baixo Carbono 2050
onde analisa as opções para cumprir as metas já assumidas nesta área.
http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1485519
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