17 de Março, 2011
O ministro da Agricultura, António Serrano, propõe que os vinhos
portugueses devem investir «mais e melhor» em tecnologia, conhecimento
e promoção para conseguirem consolidar a sua presença nos mercados
internacionais e conquistar notoriedade.
«Há ainda um longo caminho a percorrer», sublinha o governante numa
mensagem lida hoje na abertura do I Encontro e Prova Internacional de
Vinho, a decorrer até sábado em Celorico da Beira, onde não pode estar
presente devido a compromissos de agenda.
Na comunicação, o governante aponta como principais desafios
«continuar o esforço para ter boas vinhas», que produzam vinhos de
qualidade, e «promover e afirmar a identidade de Portugal nos mercados
externos como país produtor de vinhos de qualidade, distintos e de
carácter único».
Com o aumento de valor das exportações portuguesas, irá gerar-se
«maior competitividade em toda a fileira vitivinícola».
No entanto, António Serrano congratula-se por, «apesar das
dificuldades da conjuntura nacional e internacional», o vinho
português ter tido, nos últimos dois anos, «inúmeros sucessos e
variados elogios na crítica internacional especializada», destacando o
prémio atribuído à Sogrape como melhor empresa europeia de vinhos.
E lembra que, no ano passado, «as exportações do sector do vinho
representaram 1,6 por cento do total das exportações portuguesas e
mais de 15 por cento do sector agro-alimentar».
O bom desempenho das exportações traduziu-se «no aumento significativo
em quantidade exportada, a que correspondeu um valor de 650 milhões de
euros», ou seja, um acréscimo de 16 por cento, que «foi suportado
essencialmente pelo comportamento dos vinhos tranquilos», explica.
Segundo o ministro, no que respeita aos principais mercados de
exportação, «houve um crescimento em quase todos», quer em valor, quer
em volume, sendo que «o peso das exportações portuguesas de vinho, sem
Porto e Madeira, é maior nos países exteriores à União Europeia», que
representam 53 por cento do valor das exportações.
Angola é o principal destino dos vinhos portugueses, com um peso de 27
por cento em volume e 17 por cento em valor.
«Também ao nível da produção se assistiu a uma evolução positiva»,
sublinha, explicando que a campanha 2010/2011 teve um aumento de 21,3
por cento relativamente à anterior.
Os vinhos certificados, «indicadores de uma aposta na qualidade»,
representam mais de 70 por cento da produção, acrescenta.
O presidente do Turismo da Serra da Estrela, Jorge Patrão, considerou
que a qualidade do vinho é cada vez mais importante para a «melhoria
da tipologia do turista», mais exigente e que «tenha mais significado
para a economia regional».
No âmbito do programa do I Encontro e Prova Internacional de Vinho,
realiza-se hoje e sexta-feira o congresso 'Vinhos portugueses: novos
desafios e estratégias'.
O sábado será dedicado a provas de vinhos e mostra de vinhos e
produtos regionais.
Lusa/SOL
Tags: Agricultura, Vinho, António Serrano, Economia
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=14352
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