06 Junho 2013, 02:44 por Lusa
A América Latina, sobretudo o Brasil, será uma das regiões onde a
agricultura mais crescerá, a par da Europa de Leste, tornando estas
duas regiões nos principais fornecedores agrícolas na próxima década,
indica o relatório 'Perspectivas Agrícolas 2013-2022'.
O relatório será apresentado hoje em Pequim pelo secretário-geral da
OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico),
Angel Gurría, e pelo director-geral da FAO (Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura), José Graziano da Silva.
Segundo o documento, em 2022, os países em desenvolvimento serão
responsáveis pela maioria das exportações de cereais, arroz,
oleaginosas, óleos vegetais, açúcar, carne e peixe.
No lado das importações, as regiões com maior défice alimentar são o
Médio Oriente, África e Ásia, prevendo-se que registem o maior
incremento em termos de procura alimentar e importações agrícolas na
próxima década devido ao aumento dos rendimentos da população e
expansão das classes médias em muitos destes países.
O Brasil deve crescer a uma taxa média de 4,3% tornando-se com outras
economias emergentes, um dos principais impulsionadores da economia
mundial.
A produção de açúcar vai aumentar quase 2% por ano, sobretudo a partir
de cana do açúcar. com o Brasil a assegurar 50% do comércio mundial,
mas o aumento da produção de etanol deve provocar uma subida dos
preços.
Em 2022, a produção mundial de etanol deve aumentar quase 70%
comparativamente à média de 2010-2012, crescendo 4% ao ano para os 168
mil milhões de toneladas.
Nos países em desenvolvimento, a produção de etanol deve crescer mais
de dois terços até 2022, com o Brasil a representar 80% deste aumento
e o resto proveniente sobretudo da Índia e da China, onde menos de
metade da produção de etanol é consumida no mercado doméstico.
Estima-se que, em 2022, a produção de biocombustíveis absorva 28% da
produção mundial de açúcar de cana, 15% de óleos vegetais e 12% de
cereais.
A produção de biodiesel deve crescer a um ritmo ligeiramente mais
rápido do que a de etanol, a 4,5% ao ano, atingindo 41 mil milhões em
2022, sendo a União Europeia o principal produtor e utilizador.
A produção mundial de trigo e cereais deve aumentar 16 e 22%,
respectivamente, até 2022, face à média de 2010-2012, mas o
crescimento da produção vai ser afectado pela diminuição da
produtividade que não será compensada pelo aumento de área.
A crescente procura de cereais é impulsionada pelo crescente uso
alimentar e industrial, sobretudo para produção de biocombustíveis.
O uso de produtos agrícolas para produção de biocombustíveis continua
a ser uma componente importante da procura a longo prazo, mantendo os
preços em níveis historicamente elevados.
O consumo mundial será afectado sobretudo pelas políticas definidas
pelos governos mais do que por considerações comerciais.
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/brasil_entre_os_principais_fornecedores_dos_mercados_agricolas_na_proxima_decada.html
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