domingo, 20 de março de 2011

Cortiça na construção atrai projectos internacionais

Empreendimentos
Elisabete Soares
20/03/11 09:15
O Pavilhão de Portugal da Expo Xangai 2010 foi distinguido com o
Prémio de Design, atribuído pelo Bureau International des Exhibitions.

Cada vez mais empreendimentos nacionais e internacionais, como a
catedral da Sagrada Família em Barcelona, estão a recorrer à cortiça
portuguesa como material de construção.
O Pavilhão de Portugal na Expo Xangai 2010, inteiramente revestido a
cortiça, foi uma montra privilegiada das vantagens de aplicação deste
material na construção. De tal forma que, logo após o evento, o
arquitecto Jordi Bonet i Armengol - que lidera o contínuo processo de
construção da Sagrada Família, em Barcelona - enalteceu e elogiou a
cortiça, seleccionando-a para os pavimentos interiores e para a
cripta. O facto constitui mais um marco na projecção internacional da
cortiça, já que a catedral desenhada por Gaudi é um ex-líbris de
Barcelona e um dos monumentos mais visitados do mundo. Entre 2010 e o
início de 2011, sucederam-se os projectos emblemáticos de uso da
cortiça, como o Clube Jimmy Woo, de Amesterdão, os museus Guggenheim,
em Abu Dhabi, e Nezu, em Tóquio, uma das mais importantes instituições
culturais do Japão.

Em Portugal, a utilização da cortiça nos revestimentos interiores das
casas, especialmente nos pavimentos, já é bastante usual. Contudo a
sua utilização como revestimento exterior, apesar de já não ser uma
novidade, tem no Colégio Pedro Arrupe, no Parque das Nações
(inaugurado em Setembro de 2010), em Lisboa, um dos seus melhores
exemplos. Com projecto de arquitectura da autoria da GJP Arquitectos
Associados, o edifício tem as fachadas exteriores revestidas a
aglomerado de cortiça expandida, tendo sido utilizados oito mil metros
quadrados (m2) de cortiça, com espessuras de 50 e 100 milímetros. A
linha arquitectónica, definida em perfeita sintonia com a área
envolvente, tem causado um grande impacto, o que leva a que seja um
ponto de romaria de arquitectos e outros especialistas na área de
construção, tanto nacionais como de outros países.
Potencialidades da cortiça
No sector da construção, a cortiça pode ter diferentes aplicações. A
mais comum é como isolamento térmico e acústico de paredes e
coberturas, apoio anti-vibratório, como preenchimento de juntas de
expansão (em projectos em que a amplitude térmica não pode afectar a
estabilidade do betão)". Dependendo da solução, pode ser usada no
início do projecto ou em reabilitações, como parte integrante da
estrutura. Na decoração de interiores, numa fase final do projecto,
são aplicadas as soluções de revestimentos de cortiça nos pavimentos e
nas paredes.
De acordo com a Corticeira Amorim, grupo que detém a quase
exclusividade de comercialização destes materiais, "não há muitas
soluções que se possam considerar verdadeiros concorrentes tendo em
conta as capacidades imbatíveis da cortiça a nível de sustentabilidade
e das suas capacidades técnicas". Aliás, foi feito um estudo de
eco-eficiência pela BASF, um dos maiores grupos químicos, comparando a
cortiça com materiais alternativos, como a madeira e o PVC. As
conclusões, validadas por uma entidade independente, evidenciam a
eco-eficiência dos revestimentos de cortiça. Desde o menor consumo de
recursos (energia e matérias-primas) até ao menor custo para o cliente
(que considera também os gastos com aquecimento ou com manutenção e
limpeza ao longo da vida útil do revestimento), os pavimentos de
cortiça afirmam-se como uma solução viável, do ponto de vista
ecológico, mas também económico. Além de que se trata de uma
matéria-prima natural, renovável e reciclável.
http://economico.sapo.pt/noticias/cortica-na-construcao-atrai-projectos-internacionais_113446.html

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