As previsões da FAO sobre a produção de trigo em 2011 são de 676 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 3,4 por cento em relação a 2010.
A edição de Março de 2011 de Perspectivas de colheitas e situação alimentar adianta que as culturas de trigo aumentarem em muitos países, prevendo-se um crescimento claro do ano em resposta ao vigor dos preços, para além da recuperação da produtividade prevista para as zonas que foram atingidas pela seca em 2010, sobretudo a Federação Russa.
Mas, tendo em conta que ainda não foram cultivados grande parte dos cereais secundários do mundo nem de arroz, ainda é muito cedo para estivar o total da produção de cereais do ano.
Em relação à produção de 2010, a informação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) indica que nos países com baixos rendimentos e com défice de alimentos em conjunto a produção de cereais de 2010 aumentou cerca de 5,6 por cento, uma situação que vai reflectir numa redução das importações dos mesmos nos anos comerciais de 2010/2011, o que não significa um alívio para estes países já que espera-se uma subida de 20 por cento das despesas gerais das suas importações devido ao crescimento das cotações internacionais.
As perspectivas das colheitas de Maio e Junho de 2011 do trigo de Inverno e os cereais secundários na África do norte, em geral são favoráveis, à excepção da Tunísia, onde a seca de Janeiro terminou com as esperanças de uma boa recuperação da produção de trigo. A actual situação do Norte de África traduz-se na deslocação de grandes números de pessoa, o que transtornou a circulação de bens e serviços nesta região muito dependente da importação de cereais.
Na África austral, o panorama para a principal colheita de milho deste ano é favorável e os preços relativamente baixos também contribuíram para estabilizar a segurança alimentar. Para o Malawi e Zâmbia estima-se uma boa colheita de milho, mas na África do Sul, o maior produtor de cereais da região, antecipa uma queda considerável da produção em comparação ao ano anterior, tendo em conta o decréscimo de plantações em reacção ao grande volume de reservas e aos preços baixos do milho na altura da sementeira.
Para a Ásia e a América do sul, prevê-se boas colheitas de trigo em 2011 para a Índia e o Paquistão, na China, a seca na planície do Norte cedeu com as chuvas recentes, mas as perspectivas de trigo continuam imprecisas.
Na sub-região da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), onde o Cazaquistão é o maior produtor, grande parte das culturas ainda estão por semear, mas tendo em vista os fortes preços actuais espera-se que as culturas correspondam ao nível relativamente alto dos últimos anos, supondo-se uma recuperação da produção depois de o volume ter sofrido uma quebra com a seca que a tingiu a região no ano passado.
Na América do Sul, onde a temporada vai adiantada, as previsões da colheita de milho para o ano corrente são desfavoráveis na Argentina e Uruguai devido à persistência de um clima seco associado ao fenómeno meteorológico “El Niño”. No Brasil, pelo contrário, o cenário é positivo graças às chuvas abundantes desde a plantação, que aumentou a humidade do solo, esta favorável ao desenvolvimento das culturas.
Em muitas zonas, no entanto, persiste a necessidade de ajuda alimentar, informa o boletim, e 29 países continuam a precisar de apoio externo, dos quais, 21 são da África e sete da Ásia, incluindo a República Popular Democrática da Coreia.
Fonte: Agrodigital
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia33357.aspx
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