sexta-feira, 25 de março de 2011

Portugal reduziu emissão de quatro gases poluentes

25-03-2011

Portugal está a sujar menos o ar ao reduzir a emissão de gases
poluentes, grande parte produzidos pelo sector energético, e em 2009
cumpriu os limites definidos internacionalmente, afirmou o secretário
de Estado do Ambiente.
Os dados para 2009 do inventário nacional de emissões de poluentes
atmosféricos revelam «bons resultados na redução de emissões de
dióxido de enxofre, óxidos de azoto, compostos orgânicos voláteis e
amónia», que são ou acidificantes, responsáveis pelas chuvas ácidas,
ou substâncias eutrofizantes, que fazem com que as águas fiquem com
excesso de nutrientes, como explicou Humberto Rosa.

O governante disse à agência Lusa que de 2008 para 2009, «em cada um
destes poluentes, houve reduções, em alguns casos muito
significativas. Por exemplo, o dióxido de enxofre desceu cerca de 31
por cento em relação a 2008», devido à diminuição do consumo de
fuelóleo na produção de energia eléctrica, ao funcionamento dos
sistemas de dessulfurização de duas centrais termoeléctricas a carvão
e à redução da quantidade de crude utilizado nas refinarias.
Além desta redução, os dados do inventário, já comunicados a nível
internacional, apontam para uma descida de 3,2 por cento das emissões
de óxidos de azoto, no seguimento da diminuição de consumos de
combustíveis na produção de cimento ou nos veículos pesados de
mercadorias.
As emissões de compostos orgânicos voláteis não-metânicos caíram 7 por
cento, principalmente devido à redução dos consumos de combustíveis em
veículos de passageiros e motociclos.
A quantidade de amónia que foi para a atmosfera a partir de Portugal
desceu 1,7 por cento, comportamento justificado pelo decréscimo de
produção na indústria química e dos consumos de combustíveis na
produção de cimento.
Quer no caso dos gases com efeito de estufa, quer de outros poluentes,
«Portugal está a poluir menos, o que são sempre boas notícias» e um
sinal de «evolução no sentido de desenvolvimento sustentável», resumiu
Humberto Rosa.
O secretário de Estado apontou que «há uma parte que tem a ver com a
crise económica, com redução de actividade, mas há uma outra parte que
não tem a ver com isso, o que é patente no facto de o consumo de
carvão para produção de electricidade ter aumentado 13 por cento de
2008 para 2009» e as emissões dos poluentes que produz não subiram.
Nestes casos, a explicação relaciona-se com a existência de sistemas
de tratamento de gases poluentes instalados em unidades de produção
eléctrica que reduzem «significativamente» as emissões de dióxido de
enxofre.
Além do sector energético, responsável por grande parte destes
poluentes, o sector cimenteiro é outro exemplo da instalação de
sistemas de filtros e, em algumas unidades, da procura de combustíveis
alternativos mais sustentáveis, como biomassa ou combustíveis
derivados de resíduos, especificou o responsável do Ministério
liderado por Dulce Pássaro.
Quanto ao futuro, «quer pelo factor da penetração de alternativas,
como energias renováveis e outros combustíveis, quer em parte por
efeito da crise económica, estamos convencidos que 2010 continuará a
ser um ano favorável» nesta área, defendeu Humberto Rosa.
Além dos limites definidos no Protocolo de Gotemburgo, desde 1999, a
União Europeia adoptou também para 2010, através de uma directiva
própria, a Directiva Tetos, tetos de emissão mais restritivos para
aqueles poluentes.
Fonte: Lusa
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia33364.aspx

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