21-03-2011
O antigo ministro da Agricultura Arlindo Cunha defendeu que muitas das
regiões vitivinícolas portuguesas têm condições para seguir o percurso
estratégico das grandes regiões europeias, aproveitando «a
elevadíssima capacidade de produção de valor acrescentado» do vinho.
«Conheço bem muitas regiões vitivinícolas europeias e, de um modo
geral, há uma fortíssima correlação entre o seu nível de
desenvolvimento e a implantação e o sucesso do sector vinícola»,
afirmou, durante o congresso "Vinhos Portugueses: novos desafios e
estratégias", que terminou na sexta-feira, dia 18 de Março, em
Celorico da Beira.
Segundo Arlindo Cunha, «normalmente as grandes regiões vitivinícolas
europeias são regiões de níveis elevados de desenvolvimento». Por
isso, o também presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do
Dão frisou ser «um erro» associar o sector primário à pobreza.
«Há muitas regiões agrícolas na Europa onde os níveis de rendimento
são elevadíssimos. E, no caso do vinho em particular, posso
assegurar-vos que as grandes regiões vitivinícolas europeias têm
níveis elevados de rendimento, mais altos do que as médias nacionais»,
acrescentou.
Na sua opinião, muitas das regiões portuguesas têm «condições para
seguir o mesmo percurso estratégico de valorização do vinho como
fileira económica».
O viticultor do Dão aludiu a estatísticas da Rede Interna de
Contabilidade Agrícola (RICA) relativas aos 12 sectores de actividade
em que se divide a agricultura europeia, sendo o vinho «o terceiro
sector com mais elevado valor acrescentado por hectare de superfície
agrícola» e «o quarto sector com mais elevado valor acrescentado por
trabalhador».
Arlindo Cunha salientou que isto acontece mesmo «apesar de o vinho ser
dos sectores menos apoiados pela política agrícola da União Europeia».
E fez votos para que, no âmbito da nova reforma da Política Agrícola
Comum (PAC), o sector da viticultura possa «ter acesso também a ajudas
directas como têm os produtores de outros produtos».
O presidente da CVR de Lisboa, Vasco d'Avillez, salientou a
importância de profissionalização do enoturismo para a divulgação dos
vinhos. Lamentou que, apesar de se falar há dez anos da necessidade de
profissionalizar o enoturismo, ainda hoje esse desígnio não tenha sido
conseguido.
«É preciso que todos acordem para a importância que tem o enoturismo
na promoção dos vinhos, na melhoria das paisagens de Portugal»,
realçou.No entanto, alertou que este é um trabalho muito difícil de
fazer, quando os próprios empresários do enoturismo «não fazem por ser
ajudados».
O congresso que inseriu-se no I Encontro e Prova Internacional de
Vinho, que prosseguiu sábado, dia 19, com provas de vinhos e uma
mostra de produtos regionais.
Fonte: Lusa
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia33324.aspx
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