terça-feira, 22 de março de 2011

A escalada dos bens alimentares

22/03/11 00:04 | Económico
Comunidade
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Os portugueses estão cercados de más notícias e, agora, até se sentam
à mesa com elas. É pelo menos o que acontece a todos os consumidores
que, desde o início do ano, estão a pagar, pelo menos, mais 2% a 6%
por uma série de bens alimentares.

Uma lista de compras que começa nas papas lácteas, cereais e chocolate
para leite, passa pelo queijo e margarinas, e acaba nas cervejas e nos
cafés. Sufocadas pela subida galopante dos preços de matérias-primas,
em especial dos cereais, grandes empresas de produção e distribuição
assumem que já não conseguem absorver mais custos. Consequência: é o
consumidor que acaba por pagar, no final, esse agravamento. Correcção:
já está a pagar por isso.
A escalada dos preços não é a novidade do ano: há muito que a
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO)
tem alertado para esse cenário. O seu barómetro mundial - que mede as
variações de um cabaz composto por cereais, açúcar, óleos, carne e
lacticínios -, tem registado subidas (à excepção do açúcar) e deve
continuar nesse registo devido à escalada do preço do petróleo.
A oferta actual de matérias-primas, é fácil de ver, já não chega para
as encomendas. A solução? Aumentar a produção e reforçar as políticas
de gestão de 'stocks'. Ou ir ainda mais longe, reduzindo a dependência
externa de cereais - isto tendo em conta que, nas importações
alimentares em 2010, os cereais e as oleaginosas representam perto de
40%. Mudar este cenário, contudo, exigiria reformas, uma estratégia de
produção e investimento - e, claro, tempo. Mas essa meta não tem
aparecido na lista de prioridades do País
http://economico.sapo.pt/noticias/a-escalada-dos-bens-alimentares_113968.html

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