domingo, 19 de maio de 2013

Apicultor da Madeira aposta no hidromel

Actualizado ontem, às 10:01



"É um vinho amarelinho, tem sabor a mel e sente-se mesmo o grau
alcoólico". É assim, que o apicultor Carlos Pestana define a sua nova
aposta - o hidromel -, uma bebida feita de mel de abelhas, água e
fermento.

"O resto faz a natureza", afirma, apontando o hidromel como um
subproduto do mel de abelhas e uma resposta quando há excedente do
produto no mercado.

Em declarações à agência Lusa, Carlos Pestana confirma que o seu
hidromel - uma bebida que pode atingir os 18 graus e, segundo a
História, a bebida mais antiga do mundo, que remonta aos tempos dos
celtas e dos vikings - "está numa fase experimental, em barricas de
carvalho, e levará o seu tempo até chegar ao mercado".

Na mostra de degustação de méis que decorre no "Dia do Apicultor", que
se assinala domingo no concelho do Porto Moniz, no norte da Madeira, o
hidromel produzido por uma empresa do continente poderá ser apreciado
pelo público, juntamente com outras iguarias como mel com canela e mel
a acompanhar queijos.

"É água com mel, há mil e uma receitas. Eu optei por fazer o mais
natural possível, a minha é juntar uma porção de mel, uma porção de
água, depois simplesmente juntar umas leveduras para que comece a
fermentação e nada mais. Depois, a natureza faz o resto", conta.

"Vou começar a produzir e a envelhecer em cascas de carvalho, poderá
atingir 18 graus ao fim de quatro anos. O que eu tenho atualmente com
quatro meses e meio já tem 12 graus e ainda não acabou de fermentar",
afirma.

Carlos Pestana reconhece que é "uma experiência nova na Madeira" mas
que, no continente, "já há uma empresa que tem hidromel no mercado e
tem também aguardente de mel de abelhas, que é pegar no hidromel e
destilá-lo. Ao destilar, produz aguardente".

Este apicultor é o mentor e organizador do colóquio e da prova de
degustação de méis aberta ao público "precisamente para dar a conhecer
esta atividade".

O colóquio abordará temas como a "Apicultura", a cargo de Duarte
Silva, da Apimadeira, a única cooperativa de mel de abelhas da
Madeira, a "Unidade Industrial de Extração de Mel de São Vicente", da
responsabilidade de Miguel Vieira, a "Higiene e Segurança Alimentar na
extração e Embalamento do Mel", por Roberto Cha-cha, da Control Vet, e
"A Floresta e a Apicultura", tema que será desenvolvido por Rocha da
Silva, diretor regional de Florestas.

Carlos Pestana defende a reciclagem local das ceras e não o seu envio
para o continente e as abelhas da Madeira e não a sua importação,
aponta também como outro subproduto o vinagre de mel: "é agressivo
como o vinagre mas tem sabor a mel, é bom para grelhados e saladas".

"Os apicultores na região são micro apicultores, ou seja, têm pequenas
colmeias e a única coisa que realmente vem é só fazer o próprio mel",
reconhece.

"Mas nós temos que abrir um bocadinho mais os horizontes e saber que
há outros subprodutos que podemos explorar do mel das abelhas, como a
cera, a geleira real e o própolis", afirma, defendendo a "informação e
a associação dos apicultores".

http://www.dnoticias.pt/actualidade/madeira/386844-apicultor-da-madeira-aposta-no-hidromel

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