SANDRA FERREIRA
Daniel Bessa, professor da Faculdade de Economia do Porto e dirigente
da COTEC, desaconselha os pequenos produtores de vinho da Região
Demarcada do Dão a comercializarem marcas próprias para o exterior e
de forma isolada.
foto ARTUR MACHADO / GLOBAL IMAGENS
Daniel Bessa
Durante uma conferência que decorreu, esta segunda-feira, no Solar do
vinho do Dão, sobre "A situação económica e as empresas portuguesas",
Daniel Bessa realçou que a maior parte do vinho é vendido abaixo dos 3
euros por litro.
"Se querem vender vinho em separado, isso custa dinheiro porque as
quantidades são pequenas e não conseguem pagar os custos. A maior
parte está a perder dinheiro", afirmou o diretor geral da COTEC
Portugal - Associação Empresarial para a Inovação.
No entender de Daniel Bessa, os pequenos produtores (em maioria na
região do Dão) devem apostar na diferenciação, por forma a conseguirem
aumentar o preço do vinho. "Façam contas e decidam em função delas ",
aconselhou.
Em declarações ao JN, o professor explicou que "um produtor que envie
um comercial daqui para a China para vender vinho com marca custa
entre 15 a 20 mil euros por ano. Se um produtor tem quantidades
pequenas de vinho é arriscado".
"O que fiz foi um apelo à cooperação para que se faça uma campanha de
vinho do Dão no estrangeiro, com publicidade em televisão e revistas.
É este o produto que tem de chamar a atencão. As marcas têm o seu
lugar, mas depois", salientou.
Daniel Bessa disse ainda aos produtores que os profissionais de vinho
não devem estar preocupados em saber se o país cresce ou não. "Para a
maioria dos produtores é um fator completamente indiferente porque
para eles o mercado é sempre infinito. O que mais há é quem bebe
vinho. Tenham apenas em conta o problema da competitividade porque o
importante é chegar aos consumidores", concluiu.
http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Viseu&Concelho=Viseu&Option=Interior&content_id=3230443&page=-1
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