13-05-2013 às 13:22 actualizada às 14:51
0
inShare
O ministro da Educação defendeu hoje a utilização do conhecimento e do
potencial científico e tecnológico é essencial para o desenvolvimento
da economia e do país e salientou que as empresas portuguesas empregam
pouco doutorados.
Nuno Crato salientou, no entanto, o "bom exemplo" do setor da saúde,
com mais exportações que a indústria da cortiça ou do vinho.
"As nossas empresas empregam poucos doutorados, muitíssimo menos do
que acontece nos restantes países europeus e o emprego de doutorados e
a utilização do grande potencial científico e tecnológico que temos é
fundamental para o desenvolvimento, não só da ciência, mas também do
país", disse o governante.
O ministro falava aos jornalistas à margem da conferência para
apresentação do "Diagnóstico do sistema de investigação e inovação:
Desafios, forças e fraquezas rumo a 2020", um relatório elaborado pela
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) para listar os pontos
positivos e negativos, e o que ainda falta corrigir para que a
investigação científica nacional seja competitiva e possa captar
financiamentos europeus e internacionais.
O diagnóstico refere que Portugal tem a mais baixa baixa de emprego de
doutorados de um conjunto de 10 países europeus, com 2,6% contra, por
exemplo, 34% na Holanda ou Bélgica.
"Já há bons exemplos. Exportamos mais produtos de alta tecnologia na
área da saúde do que exportamos vinho" ou cortiça, apontou Nuno Crato.
Este desempenho "significa que temos capacidade para desenvolver mais
a nossa economia através de produtos que envolvem a incorporação de
ciência avançada", acrescentou.
Portugal está a negociar o acordo de parceria com a União Europeia,
que "é decisivo" e um pressuposto para os fundos comunitários a
atribuir no programa 2014-2020.
Para Nuno Crato, "é fundamental que o apoio à educação e à ciência
seja devidamente salvaguardado".
"Queremos que o sistema científico e tecnológico evolua de forma cada
vez mais competitiva, com cada vez mais apoio à ciência, com
salvaguarda da ciência fundamental, mas também com uma maior ligação
da ciência às empresas", resumiu o ministro da Educação e Ciência.
No seu discurso na abertura da conferência, defendeu a promoção da
excelência, o que "não é uma política meramente ocasional".
A FCT lançou concursos para programas de doutoramento realizados em
parceria por empresas e universidades, ao mesmo tempo que é promovida
a aproximação das universidades às empresas.
Entre os mecanismos existentes, o ministro referiu os centros de
inovação ou incubadoras, que mostram como pode a ciência contribuir
para o desenvolvimento das empresas e apontam às universidades quais
as necessidades das indústrias.
O diagnóstico refere que, "apesar do crescimento bastante
significativo observado na produção científica, Portugal continua a
posicionar-se a níveis inferiores ao seu potencial".
O presidente da FCT, Miguel Seabra, disse que Portugal tem a maior
taxa de crescimento do número de publicações científicas, entre os
países comparados, mas, na produtividade dos investigadores, ocupa o
8.º lugar e "é necessário melhorar o impacto da qualidade da produção
científica".
Diário Digital com Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=632843
Sem comentários:
Enviar um comentário