por LusaHoje12 comentários
O secretário-geral da DECO afirmou hoje que os casos de fraude
relacionados com produtos alimentares "fragilizam" a imagem da
Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e lamentou o
"apagamento público" desta entidade na vigência do atual Governo.
Jorge Morgado, que comentava uma possível fraude hoje denunciada pelo
Diário de Notícias, disse à Lusa que a regularidade com que estes
casos têm acontecido fragiliza a imagem da ASAE e revelam um "certo
apagamento público" desta entidade.
"Este apagamento público da ASAE, uma certa redução da sua atividade,
tem a ver com a vigência deste Governo. Tanto quanto nos parece, a
ASAE está a trabalhar quase exclusivamente nas suas obrigações
comunitárias [...] e está a descurar a fiscalização e o controle do
dia-a-dia em Portugal", criticou o responsável da associação de defesa
dos consumidores DECO.
O Diário de Notícia revelou que um peixe de venda ilegal está a ser
vendido como bacalhau em refeições pré-cozinhadas da marca Polegar,
vendidas nos hipermercados Jumbo, do grupo Auchan.
Os produtos em causa, que apresentam um rótulo que incentiva o
comércio nacional ("Compro o que é nosso") não contêm qualquer
vestígio de bacalhau, mas sim peixe-caracol, e o caso já está a ser
investigado pela ASAE.
Para Jorge Morgado, está em causa o controle de qualidade da empresa
num "caso de falsificação" acerca do qual "é preciso ter a certeza" de
que não põe em risco a saúde pública.
"A ASAE tem de fazer as pesquisas adequadas e tem de informar os
consumidores relativamente às questões de saúde pública", reforçou.
O responsável adiantou ainda que a DECO foi desafiada para participar
na campanha "Compro o que é Nosso", mas não quis aderir por falta de
garantias quanto à qualidade e segurança dos produtos.
"É um processo que tem alguma falta de controlo quanto à veracidade
das afirmações. Se o porco nasceu na Bélgica, se engordou na Alemanha,
se foi abatido na Itália e a sua carne foi transformada em Portugal,
isto é um produto português ou não? Quem é que garante essa
informação? Onde está a rastreabilidade desses produtos?" questionou.
O dirigente da DECO sublinhou que a associação defende, em primeiro
lugar, a segurança e qualidade dos produtos.
"Se comprarmos produtos portugueses em que não há garantia de
segurança e a qualidade deixa muito a desejar estamos a prestar um mau
serviço à economia nacional", concluiu.
Em declarações anteriores à Lusa, o presidente da ASAE, Francisco
Lopes, disse que já está a ser recolhida e analisada informação sobre
o caso e sublinhou que a ASAE mantém níveis de operação "suficientes"
para garantir a segurança alimentar dos consumidores.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3269319&page=-1
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