terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Associação de Coimbra quer criar horta comunitária no centro da cidade

Lusa22 Dez, 2013, 10:44

A associação Coimbra em Transição, criada em junho de 2013, pretende
criar uma horta comunitária no centro de Coimbra, entre outros
projetos, tendo como objetivo desenvolver comunidades e um meio urbano
mais verde.

A associação está a procurar terrenos no centro da cidade para
instalar uma horta comunitária, para que os cidadãos de Coimbra possam
ter "acesso a comida saudável e fresca", para além de que o contacto
com espaços verdes e com a horticultura pode ter "um potencial
terapêutico, quer para um desempregado, quer para um académico",
afirmou à agência Lusa Sara Rocha, tesoureira da associação.

Com as hortas comunitárias, "as pessoas podem conviver, desenvolver
uma economia local, para além da importância de ter espaços verdes,
para que não seja só alcatrão e parques de estacionamento" pela
cidade.

Para isso, segundo Sara Rocha, será necessário, para além do espaço,
"pessoas com disponibilidade e interesse em ter a horta e fazer a sua
manutenção".

A Coimbra em Transição quer também ligar "pontas soltas em Coimbra",
sendo que, na cidade, "há pessoas que têm terrenos, mas não os podem
ou não os querem cultivar, e há quem não tenha terreno mas que
gostasse de cultivar", referiu Sara Rocha.

"Queremos desenvolver a economia social, ligar as pessoas e gerar
novas dinâmicas", salientou a membro da direção da Coimbra em
Transição.

A associação já existe de forma informal desde 2009. Contudo, só no
verão deste ano é que a Coimbra em Transição se constituiu, tendo como
foco uma vida sem dependência do petróleo, "ambientes mais verdes",
"produção local" e "criação de comunidades e ferramentas de trabalho
em grupo", explicou.

Ao longo do seu tempo de existência, a associação já realizou um ciclo
de cinema sobre comunidade e consciência, dois debates com o
Observatório para a Cidadania da Faculdade de Psicologia da
Universidade de Coimbra, cursos de horticultura e cozinha vegetariana,
ainda organizou uma feira de trocas de prendas, no âmbito do espírito
natalício, e manteve uma horta no Jardim Botânico, entre 2009 e 2013.

A associação pretende agora encontrar um espaço para se fixar, para
melhor desenvolver as suas atividades e ter uma presença mais visível
na cidade.

Para os próximos tempos, planeiam criar um ciclo de cinema itinerante,
na altura da primavera, que passe por espaços como a Praça do
Comércio, Terreiro da Erva, Relvinha ou Ateneu.

Sara Rocha contou à agência Lusa que a associação pretende também
potenciar "a cultura à volta da gastronomia", de forma a recuperar as
"festas e feiras" que surgem no âmbito das colheitas.

A associação surge de um movimento mais amplo, criado em 2006, em
Inglaterra, que pretendia "fazer uma transição no espaço urbano para
contextos de vida mais resilientes".

Em Portugal, há cerca de 20 associações que estão integradas nessa
rede de transição, podendo focar-se na questão comunitária, em hortas,
oficinas ou outras atividades.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=704940&tm=4&layout=121&visual=49

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