quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Bombeiros de Viseu consideram "atentatório" da sua dignidade relatório sobre incêndio florestais

Publicado ontem


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A Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu considerou esta
terça-feira "atentatório da dignidade e do bom nome dos bombeiros" o
relatório sobre os incêndios florestais em 2013, nos quais morreram
oito elementos, quatro deles do distrito.

Num comunicado divulgado hoje, aquela estrutura classificou o
documento como "insultuoso" para o desempenho dos bombeiros e para o
"seu esforço levado ao limite, e pouco rigoroso pelas omissões que
revela".

Os bombeiros devem ter melhor formação "em matérias relacionadas com o
comportamento do fogo", segundo a primeira parte do relatório sobre os
incêndios florestais em 2013, disponibilizada pelo Ministério da
Administração Interna (MAI).

Na primeira parte do relatório encomendado pelo MAI, a equipa do
investigador Xavier Viegas, da Faculdade de Ciências e Tecnologia de
Coimbra, sublinha que os bombeiros devem ter formação "em especial em
situações extremas".

O documento acentua que mais formação permitirá aos bombeiros
"assegurar uma boa avaliação das condições de perigo e do cumprimento
dos procedimentos de segurança no combate ao fogo".

A Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu considera "o relatório
ferido de morte na sua credibilidade e profundamente afetado na sua
autoridade, no que toca à falta de formação em comportamento do fogo,
na medida em que o seu autor é parte interessada na formação, que
agora reclama em falta, e que ministra e se disponibiliza a ministrar,
nas instalações da ADAI, associação integrada no Centro de Estudos de
Incêndios Florestais, de que o autor do relatório é também coordenador
e principal responsável".

Aquela estrutura alerta, ainda, a "incompatibilidade de interesses que
se verifica quando, na mesma pessoa, coincide o autor de um relatório
(com tais envolvências e consequências) e o principal responsável pela
formação que o relatório identifica em falta".

O comunicado considera, também, "impróprio o duplo critério adotado no
relatório ao não saber identificar os autores de algumas decisões
tomadas nos postos de comando, mas, em paralelo, ser rápido a nomear
os bombeiros que desrespeitaram as ordens e que, infelizmente, já não
se podem defender e/ou justificar".

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3603774&page=-1

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