Dólar em queda e quebra na produção força alta no custo dos alimentos
Há quase dois anos, os preços mundiais dos alimentos atingiram um
nível recorde impulsionados por um descompasso entre oferta e demanda.
A explosão da crise financeira alterou esse cenário, esfriando o
consumo e deixando a comida mais barata. Agora, o custo dos alimentos
voltou a crescer, atingindo níveis preocupantes.
O índice de preços de alimentos da Organização para Agricultura e
Alimentação (FAO), subiu ininterruptamente desde julho de 2008 e
atingiu o maior nível em novembro. O aumento foi provocado
inicialmente por problemas com a produção de trigo na Rússia e
Cazaquistão, que foram atingidos por secas. Diante do resultado pouco
favorável, o governo russo anunciou restrições às exportações do
cereal.
Em novembro, esse movimento de alta foi acentuado pela desvalorização
do dólar. Nos mercados internacionais, os produtos geralmente são
negociados com a moeda dos EUA. Como ela perdeu força durante o
período, esses produtos ficaram mais baratos para alguns compradores
que detinham reais ou euros, já que passaram a ser necessárias menos
unidades dessas moedas para comprar alimentos negociados em dólares.
Isso aumenta a demanda por essas commodities e, por sua vez, contribui
para elevar os preços.
Especialistas acreditam que o momento atual talvez não seja tão
crítico quanto o observado há dois anos. Para o economista Antonio
Evaldo Comune, a alta recente nos preços é resultado de fatores de
conjuntura, não estruturais.
"Tivemos um estouro nos preços das commodities no segundo trimestre e
problemas climáticos na sequência, com o açúcar na Índia e o trigo na
Rússia. Parte dessas questões foi resolvida. No caso do açúcar
indiano, a situação foi se regularizando e, quando a safra brasileira
entrou, os preços caíram."
http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3162108.xml&template=4187.dwt&edition=16207§ion=889
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