O PCP acusou hoje o Governo de se colocar "ao serviço do grande
capital do agronegócio", prejudicando a agricultura portuguesa,
contrariou a intervenção do Presidente da República, que acusou de
tentar "limpar a imagem" de políticas "ruinosas" no setor.
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POLÍTICA
12:59 - 20 de Junho de 2013 | Por Lusa
"O Governo PSD/CDS, ao colocar-se ao serviço do grande capital do
agronegócio, posiciona-se contra a vastíssima maioria dos agricultores
portugueses: note-se que segundo o censos de 2009, 229.165
explorações, 77% do total, têm até 5 hectares de dimensão e destas 22%
têm até 1 hectares", acusa, em comunicado.
O PCP, que fez hoje um balanço de dois anos de Governo na área
agrícola, argumenta que são essa maioria de agricultores que está "em
melhores condições de assegurar bons produtos frescos", que "podem
animar os mercados de proximidade e ajudar a revitalizar as economias
regionais e locais e o desenvolvimento rural e regional e contribuir
para a coesão territorial e a melhoria da qualidade de vida da
população, muito para além dos centros urbanos".
"Contrariamente às declarações do Presidente da República e do
Governo, analisando o conjunto do setor agropecuário e florestal, a
conclusão é que ele tem sido e continua a ser liquidado em favor do
grande agronegócio da indústria e da distribuição, nacional ou
estrangeira e duma acelerada concentração capitalista da terra",
defendem.
Numa declaração de João Frazão, da Comissão Política, os comunistas
acusam o Presidente da República de ter feito, no discurso do 10 de
Junho, um autoelogio dos tempos em que foi primeiro-ministro,
procurando "limpar a imagem das ruinosas políticas que conduziram ao
definhar da agricultura e à dependência em que o país se encontra".
Por outro lado, e citando um artigo de Cavaco Silva no Expresso em
2011, acusam o Presidente de entrar em contradição, porque
recentemente "manifestava preocupação" com a agricultura e "agora só
vê sucesso, não apontando uma única dificuldade".
"Na verdade, os "extraordinários êxitos" no azeite, no vinho, no
leite, escondem desastres concretos", afirmam, referindo-se a uma
parte da intervenção de Cavaco Silva.
O PCP diz que o olival tradicional se encontra cada vez mais ao
abandono "pelo esmagamento do preço, mas também dos terrenos ocupados
por olival superintensivo que estão a ser esgotados por aquela
cultura" e que os 40 mil pequenos e médios viticultores do Douro estão
"a braços com uma das mais graves crises de sempre, tendo perdido
cerca de 60% dos seus rendimentos nos últimos 10 anos, apesar de
produzirem o melhor vinho do mundo".
No leite, os cerca de 70000 produtores são "forçados a abandonar a
produção pelo esmagamento dos preços decorrente das importações e dos
comportamentos da grande distribuição, e nas dificuldades de
sobrevivência dos cerca de 8000 que restam", defendem.
"O que continua a ser preocupante é que num painel de 109 produtos
agropecuários e florestais, incluindo os transformados, muitos deles
indispensáveis à alimentação humana e à produção de rações, (cereais,
oleaginosas, frutas, uvas e vinhos, batata, tomate, animais e produtos
pecuários, madeiras e produtos florestais) em 2010 o saldo da balança
comercial foi negativo, em 4.094,21 milhões euros", argumentam.
"Saldo positivo, apenas em 23 produtos, alguns sem expressão", concluem.
Para o PCP, a "necessária reorientação" da agricultura "não se pode
fazer com as políticas dos sucessivos governos desde a negociação da
entrada para a então CEE, tenham sido do PS, do PSD e do CDS, sozinhos
ou em diferentes combinações e que o atual governo aprofunda ainda
mais".
http://www.noticiasaominuto.com/politica/83813/pcp-acusa-governo-de-prejudicar-agricultura
1 comentário:
Convêm ler tudo...e ouvir todos,afinal Portugal é de todos e não só dos "gameleiros" que levaram o País à dependência!
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