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Figos da Índia
Recentemente, uma delegação do PCP visitou uma plantação experimental
de figueiras-da-índia, na localidade do Pessegueiro, na freguesia de
Martim Longo do concelho de Alcoutim. Nessa visita, realizada a
convite da COOPÊSSEGO – Cooperativa Agrícola de Rega do Pessegueiro e
da APROFIP – Associação de Profissionais de Figo da Índia Portugueses,
e que contou com a participação de diversos produtores nacionais de
figo-da-índia, a delegação do PCP inteirou-se das grandes
potencialidades da cultura da figueira-da-índia.
A figueira-da-índia, muitas vezes descrita como "um tesouro por baixo
de espinhos", é uma cultura resistente à seca e de elevada eficiência
no uso da água, adaptando-se a zonas áridas e semiáridas onde as
limitações edafoclimáticas para a agricultura são mais acentuadas. Em
Portugal existem diversas espécies de figueiras-da-índia
subespontâneas, dispersas principalmente pelo Algarve e Alentejo.
A figueira-da-índia é uma planta que tem um potencial de
aproveitamento quase integral. Os cladódios (palmas) são utilizados
para a alimentação do gado e para a produção de sumos, compotas,
picles e conservas, ou ainda de corantes naturais ou espessantes.
Os cladódios jovens (com 30 a 60 dias) podem ser usados para consumo
humano como hortaliça fresca ou cozida.
No que respeita aos frutos – figos-da-índia – a sua utilização mais
difundida é como fruto fresco, podendo, no entanto, ser consumidos na
forma de sumo, néctar ou polpa ou utilizados para a produção de
compotas, geleias, xaropes, adoçantes, produtos desidratados, vinhos,
licores e mesmo vinagre ou ainda para a produção de corantes
alimentares naturais.
Da semente é extraído um óleo utilizado na indústria cosmética,
podendo do processo de extração obter-se um subproduto para a
alimentação animal. Por fim, a flor é utilizada, depois de seca, para
produção de infusões com diversos usos terapêuticos.
Em Portugal, a cultura da figueira-da-índia começou a suscitar
recentemente algum interesse, existindo já algumas plantações,
definitivas ou a título experimental.
Em março de 2012, foi constituída a APROFIP – Associação de
Profissionais de Figo da Índia Portugueses, que disponibiliza apoio
técnico e jurídico aos seus associados, no âmbito da implementação,
manutenção, exploração e comercialização da figueira-da-índia e
produtos derivados.
Cerca de um terço do território português apresenta elevada
suscetibilidade à desertificação. As alterações climáticas poderão vir
a agravar os efeitos das secas, acelerar a degradação dos solos e,
consequentemente, a desertificação do território, condicionando
severamente o desenvolvimento de extensas áreas rurais.
A cultura da figueira-da-índia pode dar um contributo relevante para a
revitalização dessas áreas rurais e a dinamização das economias
locais. Permite aos proprietários de terras incultas ou
subaproveitadas obter um rendimento significativo e sustentável, além
de estimular um conjunto de atividades económicas a jusante.
Contudo, a cultura da figueira-da-índia enfrenta, em Portugal,
diversos fatores limitantes, como sejam a escassez de conhecimentos
técnicos dos métodos de produção e processamento e inexistência de
serviços de apoio agrícola especializado; o baixo conhecimento do
produto no mercado nacional; as dificuldades no acesso ao crédito por
parte de jovens agricultores e novos produtores; e as limitações no
acesso à terra para jovens agricultores.
Urge ultrapassar estas limitações, criando condições para o
desenvolvimento de uma fileira associada ao figo-da-índia.
Assim, o Grupo Parlamentar do PCP, tendo em conta que a cultura da
figueira-da-índia pode dar um contributo relevante para a
revitalização de extensas áreas rurais do nosso país afetadas por
fenómenos de desertificação e permitir aos proprietários de terras
incultas ou subaproveitadas obter um rendimento significativo e
sustentável, questionou o Ministério da Agricultura, do Mar, do
Ambiente e do Ordenamento do Território sobre a disponibilidade do
Governo para promover, apoiar e fomentar o desenvolvimento de uma
fileira associada ao figo-da-índia.
24 de Julho de 2013 | 07:03
barlavento
http://www.barlavento.pt/index.php/noticia?id=57256&tnid=1
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