Manuel Castro e Brito não têm dúvidas: apesar de serem muitas as melhorias a registar, ainda há algumas nuvens cinzentas a ensombrar a agricultura baixo-alentejana.
Problemas que na opinião do presidente da ACOS – Agricultores do Sul são sentidos, sobretudo, nas herdades onde a água de Alqueva não vai chegar e cuja actividade assenta nas culturas de sequeiro e na pecuária em extensivo.
“Para estas explorações a situação é complicada, ainda mais porque 2013 foi um ano agrícola mau. E no que toca aos apoios que essas explorações precisam para sobreviver, o facto de estarmos em fim de quadro comunitário de apoio não torna a situação muito positiva”, justifica Castro e Brito.
Para o agricultor e dirigente associativo, continua a ser preciso “fazer muito” pela agricultura do Baixo Alentejo, a começar por políticas que acompanhem “as necessidades das pessoas que estão ligadas à terra, sejam grandes ou pequenos empresários ou as populações que vivem no interior”.
“É preciso olhar com muita atenção para esta situação. Se assim não for, acabaremos por ter muitas aldeias, vilas e até as nossas cidades ainda mais desertas do que já estão. É que a agricultura é uma actividade vital para as populações da região, mas também para o ambiente e para o ordenamento do território”, alerta.
É esta visão que Castro e Brito pretende ver contemplada pela nova PAC – Política Agrícola Comum, que entrou formalmente em vigor este ano mas cujos contornos totais são ainda desconhecidos.
Contudo, reconhece, os maiores ajustamentos devem partir do próprio Estado português e dos agricultores nacionais.
“Se não houver o empenho dos governos dos países e se não houver uma evolução da parte dos agricultores – com uma abertura de mentalidade e ainda mais investimento –, não são aqueles que são de fora que nos vão resolver os problemas”, justifica o presidente da ACOS.
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