Lusa29 Jul, 2013, 17:09
Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) obtiverem, através de
"técnicas de clonagem", um "conjunto de plantas selecionadas" de
tamarilho "altamente promissoras para afirmar a produção e consumo
deste fruto exótico" em Portugal.
A partir de material vegetal proveniente de diferentes origens,
designadamente da Madeira e dos Açores (onde há pequenas produções),
os investigadores conseguiram desenvolver "um método de clonagem por
embriogénese somática" (processo que permite "multiplicar plantas
selecionadas") do tamarilho, anunciou hoje a UC.
Fruto originário da América do Sul, "ainda pouco conhecido em
Portugal", tanto pela população como pelos produtores e pela
indústria, o tamarilho possui "características nutricionais muito
interessantes, devido ao elevado índice antioxidante e baixo teor
calórico".
A técnica utilizada pelos investigadores permite a manutenção, através
das plantas selecionadas, das "características originais com interesse
e garantir uma produção rápida e resistente", como, por exemplo, a
"pragas e intempéries", o que "no caso do tamarilho assume grande
importância, já que é uma fruteira muito sensível às geadas".
Os métodos convencionais de propagação por semente "não permitem
manter a qualidade da planta mãe", salienta a bióloga Sandra Correia,
que desenvolveu a sua tese de doutoramento no âmbito desta pesquisa.
Os resultados da investigação, desenvolvida no Centro de Ecologia
Funcional da UC, têm um grande potencial de aplicação na gastronomia e
na indústria, acredita Jorge Canhoto, coordenador do estudo.
"Há dez anos", o mirtilo "também não era conhecido em Portugal e
agora, não só é muito consumido", como também é já significativa a sua
exportação, refere o especialista, sublinhando que existe "plantas, os
genótipos de excelência e a tecnologia para transferir para
indústria".
Trata-se de "um nicho económico a explorar", sustentam os autores do
estudo, sublinhando que "a designada gastronomia gourmet aposta em
produtos novos e o tamarilho, devido à sua característica agridoce,
pode fazer diferença no cardápio" -- é um fruto "excelente para inovar
e surpreender nos doces, sumos, compotas e pratos gastronómicos".
Com um ensaio piloto em curso no Jardim Botânico da UC, os
investigadores tencionam "micropropagar plantas em larga escala", no
âmbito da UC InProplant, uma associação estabelecida entre a UC e a
empresa InProplant, que tem como principais áreas de atuação os
setores agro-frutícola e florestal.
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=670102&tm=6&layout=121&visual=49
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