quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Universidade de Aveiro estuda nova técnica de combate à erosão após incêndios

Lusa31 Jul, 2013, 17:08

Uma equipa de investigação da Universidade de Aveiro (UA) está a
estudar a aplicação de uma técnica para reduzir a erosão dos solos
florestais onde ocorreram incêndios, anunciou hoje fonte
universitária.

O método inovador, denominando "mulching" consiste na distribuição
pelos solos consumidos pelo fogo de uma camada de restos florestais
triturados, que a equipa científica crê poder reduzir, em mais de 40
por cento, a escorrência de águas nos terrenos ardidos.

"Com a vegetação e a manta morta da superfície dos terrenos
transformados em cinzas o solo fica extremamente vulnerável à ação da
erosão", explica Sérgio Alegre, investigador do Centro de Estudos do
Ambiente e do Mar (CESAM) da UA, dando conta de que "há terrenos que
chegam a perder várias dezenas de toneladas de solo por hectare,
durante o primeiro ano, depois de um incêndio".

As implicações negativas vão desde a perda de fertilidade e
produtividade dos solos até à destruição dos ecossistemas e bens a
jusante das áreas afetadas, como caminhos, pontes, praias fluviais ou
propriedades, e mesmo redução da capacidade das albufeiras das
barragens pela acumulação de sedimentos.

"Após um incêndio é preciso avaliar as zonas onde há risco de erosão",
aponta Sérgio Alegre, explicando que o problema não se coloca em zonas
sem declive ou áreas ardidas com uma baixa intensidade do fogo, onde
as árvores ainda possuem folhas nas copas que, depois de caírem,
fornecem de uma proteção natural ao solo.

O investigador salienta que matérias-primas para triturar e aplicar
não faltam em Portugal, como cascas da madeira utilizada pelas
fábricas de pasta de papel: "é um material muito bom pois tem fibras
longas que se adaptam ao solo formando uma espécie de rede que retém
água e sedimentos"

O "mulching" pode igualmente fazer uso do que sobra das podas e de
restos derivados das limpezas dos matos, dos jardins ou das bermas das
estradas que, na maioria dos casos, são enviados para lixeiras.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=670682&tm=8&layout=121&visual=49

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