LUSA
31/07/2013 - 13:01
Chuva e a primavera "mais fria desde 1993" têm ajudado, indica
relatório do Instituto da Conservação da Natureza.
O maior incêndio do ano até agora ocorreu no concelho de Alfândega da
Fé ADRIANO MIRANDA
Incêndios florestais
Os incêndios florestais consumiram este ano uma área de 15.957
hectares, menos 57% do que em igual período de 2012, segundo o
Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O maior incêndio do ano, registado até à data, começou a 9 de Julho no
concelho de Alfândega da Fé (Bragança) e estima-se que terá consumido
uma área aproximada de 13.176 hectares, dos quais cerca de 8936 são
espaços florestais, indica o último relatório provisório de incêndios
florestais do ICNF.
Segundo o documento, entre 1 de Janeiro e 15 de Julho registaram-se
5489 ocorrências de fogo, metade do que no mesmo período de 2012,
quando já tinham deflagrado 11.167.
Os 5489 incêndios provocaram 15.957 hectares de área ardida, menos
13.179 hectares do que em 2012 (menos 57%). O documento indica também
que o maior número de ocorrências se verificou no distrito do Porto
(1610), seguido de Braga (529) e Aveiro (490), sendo a maioria
fogachos, ou seja, incêndios que não ultrapassaram um hectare de área
ardida.
O distrito de Bragança é o que apresenta maior valor de área ardida,
da qual 97% resulta do grande incêndio de Alfândega da Fé, seguindo-se
Aveiro, com 1252 hectares.
O relatório provisório destaca igualmente que mensalmente até Junho os
valores, quer do número de ocorrências quer da área ardida, foram
"substancialmente inferiores" às médias mensais dos últimos dez anos
devido à chuva e à primavera "mais fria desde 1993". Porém, os
primeiros 15 dias de Julho contrariam essa tendência, com valores
superiores à média.
Segundo o ICNF, o mês de Julho foi o que registou o maior número de
ocorrências (1940) e de área ardida (11.846 hectares) este ano.
Além do incêndio do distrito de Bragança, este ano registaram-se ainda
11 grandes incêndios, que consumiram mais de 100 hectares.
A época mais crítica em incêndios florestais começou há um mês e este
ano o dispositivo tem dez grupos de reforço de ataque ampliado e a
participação de cerca de mil reclusos em acções de prevenção e
vigilância.
Durante a fase Charlie de combate a incêndios florestais, que se
prolonga até 30 de Setembro, estão operacionais 2172 equipas de
diferentes forças, 1976 viaturas e 9337 elementos, além dos 237 postos
de vigia da responsabilidade da GNR, segundo o Dispositivo Especial de
Combate a Incêndios Florestais (DECIF).
Até ao final de Setembro estão também disponíveis 45 meios aéreos, aos
quais se juntam o helicóptero Allouete III e o avião C-295M da Força
Aérea Portuguesa, cooperação que este ano vai estar no terreno pela
primeira vez. O DECIF custa este ano 78,5 milhões de euros, o que
reflecte um aumento de quase 5% em relação a 2012.
Esta semana, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo,
afirmou que o dispositivo de combate a incêndios está a responder "de
forma excelente" e mostrou-se optimista no balanço da época de fogos.
"Até ao momento, o dispositivo desta fase mais crítica de combate a
incêndios florestais tem dado boa conta do recado", disse.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/incendios-florestais-consumiram-menos-57-de-area-ardida-este-ano-1601839
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